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A Delegacia da Mulher de Curitiba registrou 5.315 boletins de violência, nos primeiros sete meses do anos, e expôs a fragilidade dosexo feminino em um mapa próprio para este público. O mapa começou a ser formulado em janeiro desse ano pelo investigador Eros Rocio. Foram 3.603 casos de violência psicológica; 1.475 ocorrências de violência física; 115 mulheres sofreram violência sexual; e 122 casos de violência patrimonial. Cada boletim são relatadas duas ou três tipos de ocorrência.

A titular da Delegacia da Mulher, delegada Maritza Haisi, alertou que esses números são apenas o registro oficial e nem todos seoriginam no órgão por ela conduzido. “Temos outras portas de entrada de casos de violência contra a mulher, vindos do serviço social edo sistema de saúde. Há obrigação de repasse de informações desses órgãos para nossa especializada”, explica Maritza. “Outrasdelegacias ou mesmo a Polícia Militar, nos encaminham casos”.

Realidade

O que a delegada fala, com a voz indicando contrariedade, é que os números podem maquiar a realidade. Para Maritza, embora osnúmeros denunciem uma tragédia social, isso pode ir além, pois estimativas, extraoficiais, apontam para que apenas um a cada trêscasos aparecem, pois nem todas as mulheres denunciam a violência que sofrem. Nem sempre é depois da primeira agressão que amulher reage. Da amostragem feita pela Delegacia da Mulher com 76 vítimas, apenas 19 fizeram denúncia do companheiro até um anodepois do fato. ³Não podemos criticá-la pela demora. É preciso ter sensibilidade´, considera Maritza.

Censo

Segundo o Censo 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), hoje Curitiba tem 916.792 indivíduos do sexo feminino(contra 835.115 homens residentes na capital).

Número é maior que o oficial

Mesmo vindo à tona por meio dos boletins de ocorrência, porta principal das denúncias de violência contra a mulher, os númerosimpressionam: são registrados, mensalmente perto de mil BOs. Movimentos sociais ouvidos pelo Paraná Online também acreditam quehá um número muito maior de mulheres expostas à situação de violência, mas que nunca a denunciam. Para Regina Cruz, presidenteda Central Ònica dos Trabalhadores (CUT) e representante no Paraná da Marcha Mundial das Mulheres (MMM), falta estruturaadequada para proteger a mulher em situação de risco. Ela não acredita nos números oficiais e diz que não há delegacias suficientesnem casas abrigo para proteger as mulheres.

Regina e a delegada Maritza concordam que os números de BOs não fotografam a realidade, pois a maior parte das mulheres aindanão se encheu de coragem para denunciar a violência que sofrem.

Justiça

Maritza, no entanto, contesta Regina ao afirmar que a maior parte das mulheres denunciantes deseja tirar da residência o autor daviolência. “Mas, para que isso ocorra, é necessário um trâmite que exige um rito na Justiça”, detalha Maritza. “Isso às vezes frustra aautora da denúncia, fazendo com que ela desista de resolver o problema no âmbito legal”.

Regina lembra que faltam casas abrigo e delegacias para atender a violência contra a mulher. Os números oficiais são 55 leitos,divididos em duas instituições: Casa de Maria (mantida pela Fundação de Ação Social – FAS) e uma parceria da FAS com a AssociaçãoBeneficente Encontro com Deus.

Divulgação é necessária

Para a psicóloga Márcia Menim, a divulgação do Mapa da Violência é uma forma de combater as agressões e ameaças a mulheres.Márcia defende que não há uma visão clara, por parte das mulheres, de que determinadas atitudes são consideradas violência.

Isso indica haver problemas a ser resolvidos no ambiente domiciliar, nos locais de trabalho ou mesmo em áreas públicas que deveriamser de bom convívio social, mas onde também podem ocorrer situações de abuso contra as mulheres.

“Nem todas enxergam como violência determinadas práticas. Elas podem ter vivenciado de maneira muito próxima, dentro de casa, nummorador próximo ou na casa de parente. Por isso não consideram violência”, argumenta Márcia, para reforçar naturalização dessaviolência. “Ela pode ter vivido isso como uma espectadora”, exemplifica a psicóloga, defendendo a divulgação pelos meios decomunicação, pode alterar o modo de entender a realidade.

Para a psicóloga, a imprensa cumpre seu papel ao “abordar o tema de quando em quando, pois isso não se resolve de uma vez portodas, afinal nem todos têm a violência como um ataque visível”, diz Márcia Menim.

Lente de aumento nos casos

Enquanto o mapa aponta números genéricos, a Delegacia da Mulher tomou o cuidado de tentar aprofundar conhecimento sobre arealidade, em uma pesquisa por amostragem, reunindo 76 mulheres. A delegada Maritza Haisi e o investigador Eros frisam que apesquisa é apenas uma amostragem, e serve como parâmetro para novos levantamentos.

O levantamento apontou que 70 delas têm renda própria, 19 levaram até um ano para denunciar o parceiro. Outro dado é que amotivação da violência envolve álcool (20), drogas ilícitas (sete) e 37 parceiros são violentos sem o uso de substâncias.

Ciúme

Para as mulheres consultadas nessa pesquisa por amostragem, 18 companheiros cometem violência por sentirem ciúme, enquanto 33 
praticam violrncia por serem agressivos. Das ouvidas, onze são solteiras, 23 casadas e 42 são separadas mas ainda passam porviolrncia praticada por ex-maridos ou ex-companheiros.