fbpx
Customize Consent Preferences

We use cookies to help you navigate efficiently and perform certain functions. You will find detailed information about all cookies under each consent category below.

The cookies that are categorized as "Necessary" are stored on your browser as they are essential for enabling the basic functionalities of the site. ... 

Always Active

Necessary cookies are required to enable the basic features of this site, such as providing secure log-in or adjusting your consent preferences. These cookies do not store any personally identifiable data.

No cookies to display.

Functional cookies help perform certain functionalities like sharing the content of the website on social media platforms, collecting feedback, and other third-party features.

No cookies to display.

Analytical cookies are used to understand how visitors interact with the website. These cookies help provide information on metrics such as the number of visitors, bounce rate, traffic source, etc.

No cookies to display.

Performance cookies are used to understand and analyze the key performance indexes of the website which helps in delivering a better user experience for the visitors.

No cookies to display.

Advertisement cookies are used to provide visitors with customized advertisements based on the pages you visited previously and to analyze the effectiveness of the ad campaigns.

No cookies to display.

SÃO PAULO, 18 Jul (Reuters) – O homicídio de crianças e adolescentes de 1 a 19 anos no Brasil aumentou 346 por cento nas últimas três décadas, o que coloca o país como o quarto no ranking das nações com a maior taxa de homicídios nesta faixa etária, mostrou o Mapa da Violência 2012 divulgado nesta quarta-feira.

No universo de 99 países analisados, o Brasil registrou em 2009 a taxa de 13 homicídios para cada 100 mil crianças e adolescentes, atrás apenas de El Salvador, Venezuela e Trinidad e Tobago e à frente de Colômbia, Iraque e México. Só em 2010 foram 8.686 crianças assassinadas no país: 24 cada dia desse ano.

O índice do Brasil chega ser até 150 vezes superior ao de países como Inglaterra, Portugal, Espanha, Irlanda e Egito, entre outros países do ranking.

A pesquisa, que se baseou em certidões de óbito e registros do Sistema Único de Saúde (SUS), detectou que a mortalidade por causas naturais têm caído de forma contínua nas últimas três décadas, enquanto as causas externas cresceram 14,3 por cento, em parte, devido a um aumento nos homicídios.

Além do homicídio, a taxa de suicídios cresceu 38 por cento e de acidentes de trânsito, 7 por cento. Outras causas externas incluem acidentes com quedas, afogamentos, fogo, eletricidade, e outras violências (física e sexual). Segundo a pesquisa, o Brasil é 12o país com mais mortes em acidentes de trânsito.

“Preocupa mais ainda a tolerância e aceitação tanto da opinião pública quanto das instituições precisamente encarregadas de enfrentar esse flagelo”, afirmou o relatório preparado pela Flacso Brasil e pelo Centro Brasileiro de Estudos Latino-Americanos (Cebela).

Nesse sentido, o estudo identificou um comportamento em que a vítima é muitas vezes apontada como culpada por ter provocado a violência contra ela e, dessa forma, “uma determinada dose de violência torna-se aceita”.

CAPITAL MAIS VIOLENTA

Em 2010, os Estados de Alagoas e Espírito Santo lideraram o índice de homicídios, com 34,8 e 33,8 para cada 100 mil, respectivamente, dez vezes superior às taxas verificadas em São Paulo e Piauí, com 5,4 e 3,6 homicídios de crianças e adolescentes a cada 100 mil.

“Regionalmente, o panorama vai de fortes quedas, como a evidenciada pela Região Sudeste, onde homicídios de crianças e adolescentes despencam 64,7 por cento, até o Nordeste, onde longe de cair, as taxas crescem de forma assustadora”, apontou o estudo.

Maceió é a capital mais violenta para essa faixa etária, com taxa de homicídio de 79,8 para cada 100 mil crianças e adolescentes, enquanto São Paulo é a cidade que mais protege os seus jovens, com 5,3 homicídios para cada 100 mil. No Rio de Janeiro, esse índice chega a 15,9.

A escalada da violência, segundo o estudo, começa nos 12 anos de idade e leva a índice “inaceitáveis” na faixa dos 18 anos, quando o número de homicídios chega a 58,2 para cada 100 mil crianças e adolescentes.

A violência sexual também foi mapeada. De acordo com dados de atendimentos feitos no Sistema Único de Saúde (SUS), um total de 10.425 crianças e adolescentes foram vítimas de algum tipo de violência sexual em 2011, sendo 83,2 por cento do sexo feminino, mostrou a pesquisa.

A maior incidência de atendimentos registra-se na faixa de 10 a 14 anos, com uma taxa de 23,8 notificações para cada 100 mil adolescentes.

O estupro é o principal tipo de violência sexual registrada nos atendimentos pelo SUS, com 59 por cento, seguido pelo assédio sexual, com 19,2 por cento, e pelo atentado violento ao pudor, com 15,1 por cento.

De acordo com o censo populacional de 2010, crianças e adolescentes de 1 a 19 anos representam 62,9 milhões do total de 190,6 milhões registrados, ou 33 por cento da população total do país.

(Reportagem de Bruno Marfinati)