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Fonte: Google

UERJ manteve 9.361 alunos através do sistema de reserva de vagas

Um levantamento divulgado recentemente pela Sub-Reitoria de Graduação (SR1) aponta que, no semestre letivo de 2016.1, a UERJ manteve 9.361 alunos através do sistema de reserva de vagas, número este que corresponde a quase 54% do total de estudantes matriculados nos cursos de graduação.

O sucesso da política de cotas nas universidades estaduais fluminenses também pode ser comprovado através dos relatos dos próprios beneficiários. Com uma relação ininterrupta de quase 15 anos com a UERJ, a professora de Redação, Língua Portuguesa e Literaturas, Dayhane Alves Escobar Ribeiro Paes, concluiu os cursos de bacharelado, licenciatura e mestrado no Instituto de Letras (ILE) e a especialização na Faculdade de Formação de Professores (FFP). Atualmente, está na reta final do doutorado em Letras, onde defenderá, em breve, uma tese sobre a estrutura discursiva dos contos dos irmãos Grimm.

Filha de um bombeiro reformado e de uma professora de educação infantil, Dayhane estudou na rede pública de ensino desde a pré-escola. Ao deixar o município de Nova Friburgo para estudar na capital, ingressou na primeira turma de Letras a ser beneficiada pela política de cotas, em 2003. O currículo já acumula a experiência de 12 anos como voluntária no pré-vestibular social do Sindicato dos Trabalhadores das Universidades Públicas Estaduais no Rio de Janeiro (SINTUPERJ), consultoria para editoras, além de passagens como professora substituta na UERJ e na UFRJ. Após a defesa, em julho, irá oferecer cursos e realizar pesquisas na Universidade de Heidelberg (Alemanha), uma das mais prestigiadas no país. “Nada disso seria possível se não fosse a oportunidade de entrar na UERJ pelo sistema de cotas. Eu amo a UERJ”, desabafou.

 Já a estudante do primeiro ano de Medicina, Taiza Castro, diariamente faz o percurso entre o município de Belford Roxo e o bairro de Vila Isabel, na zona norte, para concretizar o sonho de ser médica. Primeira pessoa da família a ingressar em uma universidade, a jovem (que também é formada em Ciências Biológicas pela própria casa), diz que a escolha pela UERJ se deu pela qualidade do ensino. “A Medicina da UERJ superou minhas expectativas. Apesar de ser um curso elitizado e branco, vi uma quantidade considerável de negros e de alunos de baixa renda (se comparado a outras faculdades) e estes alunos têm, aos poucos, ganhado, voz nos espaços”, explicou.

 Atualmente, Taiza concilia a rotina em sala de aula com ensaios e apresentações do coral da UERJ, além da dedicação a um projeto de iniciação científica na área de reumatologia. Para o futuro, a estudante ainda está em dúvida sobre a especialidade médica que irá escolher. A única certeza, por enquanto, é a intenção de seguir fi rme no mercado de trabalho e também tentar o mestrado. “Na Baixada, as pessoas não têm muita informação sobre universidade pública. Eu mesma fui pensar nisso quando entrei em um pré-vestibular comunitário, em Belford Roxo. E com minha família não é diferente: meus primos não têm muito interesse em cursar ensino superior talvez por não pensar que é uma opção possível”, relatou.