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A expansão de matrículas no ensino superior nos últimos dez anos fez com que a porcentagem de brasileiros de 18 a 24 anos matriculados em uma universidade ou faculdade subisse de 32,9%, em 2004, para 55% em 2013, segundo dados divulgados nesta quarta-feira (17) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Mas o recorte racial mostra que esse crescimento foi desigual. Em 2013, 40,7% dos negros de 18 a 24 estavam no ensino superior. Já entre o grupo de brancos da mesma idade, 69,4% estavam matriculados em cursos de graduação no ano passado.

As novas estatísticas do IBGE, levantadas a partir de cruzamento de dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio de 2013, mostram que, no ano passado, os jovens que se autodenominam pretos ou pardos não conseguiram superar a taxa de matrícula no ensino superior registrada pelos jovens brancos dez anos antes, em 2004. Em 2013, segundo a Pnad, o Brasil tinha mais jovens de 18 a 24 anos pretos e pardos no ensino médio do que no superior.

Os especialistas consideram que, na idade entre 18 a 24 anos, a série ideal de escolaridade dos jovens é estarem matriculados em cursos de graduação em instituições de ensino superior.

Nos níveis do ensino básico, a desigualdade racial persiste. Em 2013, a porcentagem de pretos e pardos nessa faixa etária que estavam matriculados no ensino médio foi de 43,4%. Entre os jovens brancos, o número cai para 22,4%.

No ensino fundamental, 8,8% dos pretos e pardos de 18 a 24 ainda cursavam alguma das nove séries, enquanto o número de brancos da mesma idade nessa situação foi de 2,9%.

Segundo o IBGE, “a democratização do perfil dos estudantes do ensino superior na rede pública e na privada tem contribuído para o aumento da população com ensino superior completo”.

Comparação
Só 15,2% dos brasileiros com 25 a 34 anos tinha ensino superior completo em 2012, muito abaixo da média dos países membros da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), mostra o levantamento divulgado pelo IBGE. Na Turquia, essa porcentagem foi de 21%. Na Coreia do Sul, 65,7% das pessoas entre 25 e 34 tinham o ensino superior completo.

De acordo com o documento divulgado nesta quarta, os dados “revelam uma série de avanços em diversos aspectos das características educacionais da população brasileira, mas também apontam para importantes desafi os a serem enfrentados, tendo como referência, por exemplo, as metas do PNE [Plano Nacional de Educação]”.

O IBGE destacou o aumento da frequência escolar e a redução da distorção idade/série registrados em todas as faixas etárias analisadas, “ainda que universalização dos níveis recentemente incluídos no ensino obrigatório ainda não tenha sido alcançada”.