Caio Fulgêncio Do G1 A
Estado apresentou aumento de 83% entre os anos de 2002 e 2012. Pesquisa faz parte do Mapa da Violência 2014, divulgado na quarta-feira (2).
Gráfico do crescimento das taxas de suicídio na população jovem entre os anos 2002 e 2012 (Foto: Cebela)
No ranking de todos os estados brasileiros, o Acre aparece em 4° lugar no crescimento das taxas de suicídio da população jovem, de 15 a 29 anos, com um aumento de 83% por cem mil habitantes. Os dados são do ‘Mapa da Violência 2014: Os Jovens do Brasil’, divulgado na quarta-feira (2) pelo Centro Brasileiro de Estudos Latino-Americanos (Cebela), que traz um levantamento entre os anos 2002 e 2012.
O estado acreano aparece abaixo apenas dos estados da Paraíba (109,7%), Amazonas (100,6%) e Tocantins (90,9%). Em números totais, o Acre apresentou um aumento ainda maior, de 130%, na quantidade de suicídios, com uma média de aproximadamente 14 ocorrências por ano.
Somente em Rio Branco, de acordo com o levantamento, foi registrado um aumento de 42,9%, nos 10 anos pesquisados. Entre os anos de 2011 e 2012, esse percentual cresce para 66,7%, em dados gerais. Uma média aproximada de 7 casos por ano.
Segundo o médico psiquiatra e diretor do Hospital de Saúde Mental do Acre (Hosmac), Marcos Araripe, existem diversos motivos que podem levar alguém ao suicídio, mas o mais comum está ligada a casos de depressão na família. Em relação ao tratamento, o profissional diz que também depende da gravidade do caso, podendo ser necessário apenas acompanhamento médico, medicamentoso e até internação hospitalar.
“Alguns pacientes já têm uma história familiar de transtorno depressivo, que pode levar ao suicídio. O fator genético é o que mais prepondera, porque geralmente na família daquela pessoa que tem alguém que é depressivo, já tem uma história de suicídio. Existem diversas causas, o uso de entorpecentes pode levar ao suicídio, a bipolaridade, mas a mais comum é relacionada à depressão”, explica o médico.
Araripe enumera ainda possíveis características comportamentais de pessoas com a tendência suicida. “Geralmente, o paciente fica muito recluso, dizendo frases enigmáticas, se despede da família, pede perdão por alguma coisa que tenha feito. E também, geralmente, começa a se desapegar de objetos de valor”, finaliza.
Fonte: G1 AC
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