IPATINGA – Em uma lista de 100 municípios brasileiros com 20 mil crianças e adolescentes ou mais com as maiores taxas de mortalidade infantil por acidentes, Ipatinga aparece na posição de número 37. Tal estatística está no mapa da violência 2012, em estudo divulgado recentemente pelo Centro Brasileiro de Estudos Latino Americano (Cebela) e pela Faculdade Latino Americana de Ciências Sociais (Flacso).
Segundo a pesquisa, a taxa de mortalidade infantil por acidentes em Ipatinga é de 15,1%. No topo da lista, aparece a cidade de Niterói (RJ), com 59,6%, seguida de Itanhaém (SP), com 49% e, em terceiro lugar, Angra dos Reis (RJ), com 39,5%. Para a presidente do Conselho Tutelar de Ipatinga, Viviane Oliveira, a culpa de tais índices é a falta de políticas públicas voltadas para crianças e adolescentes.
“Quando se fala em mortes por homicídio, por exemplo, incluímos os usuários de drogas, que não contam com políticas e espaços para recuperação da maneira que seria necessário. As drogas são um termômetro para medir esses índices de mortalidade”, explica. Viviane observa que uma das atribuições do Conselho Tutelar é orientar pais e responsáveis em relação aos direitos de crianças e adolescentes.
Quando o aspecto analisado é o país, uma queda de 73% na taxa de mortalidade infantil em apenas duas décadas é observada. Tal redução foi um dos destaques de um relatório do Unicef, divulgado nesta semana. Segundo o estudo, a taxa brasileira caiu de 58 para 16 por mil nascidos vivos entre 1990 e 2011. Em 2000, o índice era de 36 por mil nascidos vivos, o que faz com que a queda tenha sido de 56% desde então.
Ainda com essa redução drástica, 40 mil crianças morreram antes de completar cinco anos no Brasil no ano passado (contra 205 mil em 1990). Em todo o mundo, as cinco principais causas de mortes entre crianças menores de cinco anos são pneumonia (18%), complicações neonatais (14%) diarreia (11%); complicações durante o parto (9%) e malária (7%). Cerca de 40% das mortes ocorrem durante os primeiros 28 dias de vida da criança, e a desnutrição está ligada a mais de um terço desses óbitos.
Prevenção
Existem muitos casos de crianças que morrem no trânsito, ou por casos de negligência, exemplifica. E há crianças que morrem em afogamentos, item destacado no estudo como mortes não naturais. “Os nossos problemas são trânsito e negligência, além do descuido dentro de casa. O trabalho preventivo é essencial e sempre que temos oportunidade estamos em escolas e até mesmo em hospitais, dando orientação aos pais em relação aos cuidados que devem ser observados com os filhos”, pontua.
Conforme Viviane, uma reunião, com a Secretaria de Educação, foi realizada para tratar sobre o fórum interinstitucional, destinado a tratar de vários assuntos relacionados à política da infância e adolescência. Um dos temas versou sobre a estatística que aponta o município de Ipatinga, infelizmente, com índice elevado no estudo divulgado pelo Cebela e pela Flacso.
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