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Teste de Habilidades Específicas é etapa obrigatória da seleção de 8 cursos que não estão no SiSU.

A Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) anunciou nesta terça-feira, 24 de setembro, o adiamento das provas de habilidades específicas obrigatórias para o Vestibular 2020 por restrições orçamentárias. De acordo com a pró-reitora de Graduação, professora Gisele Viana Pires, a estimativa é de que a instituição precisasse de cerca de R$ 240 mil para a aplicação dos testes de habilidades específicas.

Segundo a pró-reitora, o anúncio foi feito nesta terça-feira (24) por ser o dia marcado para que os candidatos consultassem a confirmação de suas inscrições e os seus respectivos locais de prova. O aviso está no site oficial do processo seletivo, na página da Pró-Reitoria e no portal da UFRJ.

As provas específicas começariam em 6 de outubro e seriam aplicadas até o fim do mês, cronograma que variava conforme o curso escolhido pelo candidato. Com a suspensão, ainda não há novo calendário para o teste de habilidades específicas, mas a expectativa é de que a avaliação seja realizada até o fim do ano, sendo necessário que o Ministério da Educação (MEC) libere a verba para aplicação das provas seja estabelecida.

A etapa específica é obrigatória para o ingresso de estudantes nos cursos de Arquitetura e Urbanismo; Composição de Interior; Composição Paisagística; Comunicação Visual Design; Dança; Desenho Industrial – Habilitação Projeto de Produto; Bacharelado em Música e Licenciatura em Música da UFRJ.

A oferta dos demais cursos de graduação permanece dentro do previsto, já que a entrada é feita pelo Sistema de Seleção Unificada (SiSU), exclusivamente com as notas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). O preenchimento das vagas será feito a partir de janeiro de 2020.

Crise no orçamento

De acordo com a pró-reitora da UFRJ, a atual gestão encontrou uma situação deficitária no orçamento da universidade no momento da posse, em julho deste ano, ocasião em que o déficit estimado era de R$ 171 milhões. A professora Gisele ressalta que há conversas com o Ministério da Educação, mas até o momento nada foi feito para reverter a situação.

Atualmente, as instituições públicas federais de ensino superior enfrentam contingenciamento de verba, o que tem dificultado o pagamento de coisas básicas para o funcionamento dos estabelecimentos educacionais como serviço de água, luz, segurança e limpeza. No caso da UFRJ, a previsão para o ano letivo de 2020 é de redução de 24%, sendo esperados R$ 2,5 bilhões – contra os R$3,3 bilhões aprovados para 2019.

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Qual a importância das provas específicas?

Por exigirem avaliação prática, os cursos de Arquitetura e Urbanismo; Composição de Interior; Composição Paisagística; Comunicação Visual Design; Dança; Desenho Industrial – Habilitação Projeto de Produto; Bacharelado em Música e Licenciatura em Música não oferecem vagas pelo Sistema de Seleção Unificada (SiSU), plataforma virtual do Ministério da Educação (MEC) usada para seleção de estudantes que desejam ingressar em universidades públicas, como é o caso da UFRJ.

Por não estarem dentro do formato do SiSU, os cursos com necessidade de avaliação prática passam pelo Teste de Habilidades Específicas (THE). Na UFRJ, o THE tem um período de inscrição exclusivo e, após o cadastro dos participantes, as provas específicas são aplicadas pela universidade.

Posteriormente, a instituição lança o edital com as vagas para tais graduações e recebe as inscrições dos aprovados no THE, etapa esta que conta com a avaliação das notas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), o que substitui a necessidade de realização de avaliação escrita as disciplinas do ensino médio e a redação.

Outros impactos

As manobras do Ministério da Educação atingiram uma parte importante nas universidades e institutos federais: o incentivo à pesquisa científica. A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) sofreu cortes em suas bolsas de mestrado e doutorado. No início de setembro, o MEC havia anunciado que 5.613 bolsas seriam cortadas, mas o órgão mudou de ideia e reverteu o cancelamento de 3.182 destas.

Os cortes das bolsas da Capes em 2019 totalizaram 8.629 bolsas, uma redução de 9% do total de bolsistas de mestrado e doutorado beneficiados pelo programa. Atualmente, 83.624 pesquisadores são financiados pela Capes.

As bolsas da Capes são vinculadas aos programas de pesquisas de cada instituição. Com isso, a bolsa do pesquisador que termina seu estudo é transferida para outro aluno que iniciará seu trabalho.