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Exame é considerado um teste de resistência e exige uma preparação física e psicológica para encarar as 180 questões mais redação.

Com início no próximo domingo, 4 de novembro, o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2018 é uma prova longa que exige resistência e concentração de seus mais de 5 milhões de participantes. Permanecer várias horas na mesma posição para ler, interpretar e responder questões e fazer uma redação é algo que requer preparação para um bom desempenho.

Saiba tudo sobre o Enem 2018

Este é o caso dos estudantes Alice Freitas, 18 anos, de Goiânia, e do paulista Gian Caique Correa, de 22 anos. Os dois jovens já participaram do Enem anteriormente e consideram o cansaço o maior inimigo durante as provas. “Às vezes você sabe o conteúdo, entende a questão, mas seu corpo e mente já estão cansados e o cansaço pode fazer com que a pessoa não resolva muito bem as questões e não desenvolva direito a redação”, destaca Alice.

Além da preparação na aprendizagem do conteúdo, os participantes buscam diferentes maneiras de ter resistência física e psicológica para o exame. Não há uma maneira infalível para estar preparado para o Enem, cada estudante acaba encontrando o melhor método de acordo com o seu organismo e ritmo de aprendizado.

Revisar x descansar

Em sua segunda participação no Enem, sendo a primeira com o propósito de entrar no ensino superior, Alice vai aproveitar esta última semana antes do exame para revisar o conteúdo e descansar. “Não adianta se desgastar nessa semana, chegar na prova cansada e acabar não tendo concentração para o exame”, ressalta.

Para a estudante do 3º ano do ensino médio, correr com o conteúdo nesta reta final pode atrapalhar o que o participante conseguiu aprender nos últimos meses. Alice ressalta que já estuda há alguns anos, sempre refazendo questões do Enem e, com isso, consegue ter uma noção do que esperar da prova.

Gian fará o Enem pela 4ª vez

Por sua vez, Gian Caique vai para sua quarta participação no Enem. O jovem pretende utilizar esta última semana para intensificar os estudos e tirar o máximo de dúvidas com os professores. Ele prefere não diminuir o ritmo da preparação que faz há algum tempo no curso Poliedro e mantém a rotina dos horários de estudo.

O direitor pedagógico do colégio Oficina do Estudante, Antunes Rafael, orienta que os participantes do Enem encontrem um equilíbrio entre revisão do conteúdo, boa alimentação e um sono adequado. Outra dica do educador é que a prioridade de estudo seja para os conteúdos do primeiro dia do exame (Linguagens e Códigos, Ciências Humanas e Redação) e leitura de temas da atualidade que possam ser cobrados nas provas.

Métodos de estudos

Alice participará de seu 2º Enem

Após testar diferentes dicas de estudos, Alice encontrou no método Pomodoro o meio ideal para estudar. Quem estuda dessa maneira separa os conteúdos por blocos e estipula intervalos, geralmente de 25 minutos, os quais funcionam como recompensa por cada matéria vista. “Consigo estudar um tempo maior e ainda assim fazer pequenas pausas que me possibilitam levantar, tomar um café, meditar um pouco”, afirma.

Alice segue seu cronograma de estudos rigorosamente. A jovem costuma estudar à noite, quando a casa está mais silenciosa para evitar distrações. Além do material didático, ela refaz provas anteriores do Enem para se familiarizar com o exame e ainda treinar sua resistência.

Gian também aposta nas provas passadas como uma forma de conhecer as características do Enem e ainda simular a realização do exame. O paulista tem um cronograma bem definido: segunda, quarta e sábado as aulas são pela manhã e, além disso, há o estudo individual à tarde; terça, quinta e sexta-feira as aulas do cursinho são integrais. A preparação segue aos domingos, já que alguns deles são dias de simulados.

Conhecer a prova e treinar o próprio desempenho na resolução das 180 questões, divididas em dois dias, além da redação, é algo que Alice, Gian e vários estudantes buscam com os simulados. Simular a realização do Enem é um bom método de estudos e pode ser feito em sala de aula ou em casa, no papel ou online.

Segundo Antunes Rafael, o simulado é o melhor jeito de evitar o chamado “branco” na hora da prova, já que a chances de esquecimento diminuem quando a pessoa já tem um contato prévio com o exame e seu conteúdo. Se mesmo com a preparação o estudante “der branco” em alguma questão, o direitor pedagógico aconselha que o participante respire fundo e retome a leitura da pergunta, de forma mais aprofundada, que a memória costuma voltar mais rápido.

Motivos para fazer o Enem

O Enem cresceu nos últimos anos por se tornar a principal forma de acesso ao ensino superior gratuito. Com o uso das notas do exame no Sistema de Seleção Unificada (SiSU), plataforma que substitui os vestibulares, as provas ficaram mais longas e passaram a exigir mais de seus participantes.

Bolsista da turma de Medicina do curso Poliedro, Gian busca no Enem a sua entrada na graduação de Engenharia Química da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), no estado de São Paulo. Além de aproveitar os seus horários para estudar, ele também é monitor no cursinho que frequenta.

Estudante de escola pública e vinda da periferia, Alice pretende ingressar em alguma licenciatura em Ciências Biológicas. A jovem goiana quer se formar para dar aulas para a comunidade de baixa renda, por isso optou pela licenciatura ao invés do bacharelado.

Além do ingresso pelo SiSU, o Enem também é usado por diversas instituições de ensino superior em substituição aos seus vestibulares tradicionais ou como parte das provas, como é o caso do Vestibular Misto da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

Fazer o Enem também possibilita para milhares de estudantes o sonho de estudar em uma faculdade com bolsas de estudos. O Programa Universidade Para Todos (ProUni) usa a notas do exame e critérios de renda para conceder bolsas de 50% ou 100%.

Financiar o curso também é possível com o resultado do Enem. As notas são utilizadas no Fundo de Financiamento Estudantil (Fies).

Como será o Enem 2018?

O Enem 2018 será realizado nos dias 4 e 11 de novembro, com fechamento dos portões às 13h (horário de Brasília) e início das provas às 13h30.

O primeiro domingo será constituído de 45 questões objetivas de Ciências Humanas, 45 de Linguagens e Códigos e uma Redação, com duração total de 5h30. No segundo dia, os participantes responderão 45 perguntas de Matemática e 45 de Ciências da Natureza, no tempo total de 5h.