O acordo foi assinado durante seminário internacional na sede do Ipea, em Brasília
O diretor Acadêmico da Fundación Carolina, Alfredo Moreno, e o presidente da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), Jorge Almeida Guimarães, ratificaram a cooperação internacional entre o Brasil e a Espanha. Pelo acordo, metade das bolsas disponibilizadas para 2012 seguirão para brasileiros estudarem na Espanha e metade para espanhóis estudarem no Brasil.
O convênio foi firmado durante o Seminário Internacional A Cooperação Cultural, Educativa e Científica entre o Brasil e a Espanha, organizado pela Fundación Carolina e pela Faculdade Latino- Americana de Ciências Sociais (FLACSO). O evento, realizado na sede do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), em Brasília, reuniu autoridades e acadêmicos durante os dias 26 e 27 de abril.
Seminário no Ipea debate cooperação entre Brasil e Espanha
Alfredo Moreno destacou que o seminário é o primeiro promovido em rede com a FLACSO e o Ipea, e terá sua segunda edição na Espanha no ano que vem. Ressaltou também a importância do acordo com a CAPES, na medida em que avança na cooperação da educação entre os países.
Porém, sobre a cooperação científica, o diretor apontou que ainda há muito que fazer e defendeu a proposta de abrir as equipes de pesquisas de ambos os países para um maior intercâmbio, com grupos de investigação conjuntos e recursos dos dois governos. Já no campo da cooperação cultural, Alfredo lembrou que o Brasil tem o maior número de Institutos Cervantes do mundo, com oito centros espalhados pelo país.
Posição estratégica do Brasil e da Espanha
O diretor da FLACSO Brasil, Pablo Gentili, afirmou que a cooperação entre Brasil e Espanha não se reduz aos interesses econômicos. A posição geopolítica que os dois países ocupam no mundo possibilita uma parceria com um grande potencial. “O Brasil é a porta de entrada para a América Latina e é hoje o sócio estratégico fundamental para a Espanha. Antes, pela barreira da língua e pela falta de experiência na cooperação, o Brasil era substituído por outros parceiros, como México, Argentina e Colômbia”, afirmou.
Gentili também enfatizou o papel da Espanha como porta de entrada para a Europa, pelos investimentos, acordos comerciais e sua participação na União Européia. O diretor da FLACSO Brasil anunciou a criação de um observatório da relação Brasil – Espanha com o apoio de institutos de pesquisa dos dois países, inclusive do Ipea. Durante o seminário, foi divulgada também a edição de um livro com as intervenções e contribuições realizadas, constituindo uma obra de referência sobre as relações bilaterais entre ambos os países.
A Fundación Carolina é uma instituição para a promoção das relações culturais e a cooperação educativa e científica entre a Espanha e os países da Comunidade Iberoamericana, assim como com outros países com especiais vínculos históricos, culturais ou geográficos. E a Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (FLACSO) é um organismo internacional, inter-governamental, autônomo, fundado em 1957, pelos Estados latino-americanos, a partir de uma proposta da UNESCO.
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