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aaEncontro reúne na capital mineira psicanalistas de todo o país e do exterior, entre eles Miquel Bassols e Jorge Forbes, além de convidados como Zuenir Ventura e Heloisa Buarque de Hollanda.

A violência tem sido pauta constante no cotidiano das sociedades em todo o mundo. Buscando fazer um contraponto ao modelo atual de discussão acerca do assunto, o debate ganhará a perspectiva da psicanálise em encontro que será realizado em Belo Horizonte, de 21 a 23 de novembro, no Dayrell Hotel & Centro de Convenções.

Organizado pela Escola Brasileira de Psicanálise, o XX Encontro Brasileiro do Campo Freudiano reunirá na capital mineira renomados representantes nacionais e internacionais para discutir o tema “Trauma nos Corpos, Violência nas cidades”.A programação contará com bate-papos, mesas-redondas e conferências.

Mapa da violência

Dados alarmantes como os números publicados no “Mapa da Violência 2014”, estudo realizado pelo sociólogo Julio Jacobo Waiselfisz, servirão como contraponto para as discussões propostas no Encontro.

Segundo a pesquisa, em 2012, com todas as quedas derivadas da Campanha do Desarmamento e de diversas iniciativas estaduais, foram registrados 56 mil homicídios. Isso representa 154 vítimas diárias, número que equivale a 1,4 massacres do Carandiru a cada dia do ano de 2012. Na década analisada (2002-2012), morreram, no Brasil, nem mais, nem menos do que 556 mil cidadãos vítimas de homicídio, quantitativo que excede, largamente, o número de mortes da maioria dos conflitos armados registrados no mundo.

Programação

No dia 21, sexta, às 10h30, o jornalista, escritor e imortal da Academia Brasileira de Letras Zuenir Ventura, participa de um bate-papo com o psicanalista Jorge Forbes. Zuenir Ventura é autor, entre outras publicações, do livro Cidade Partida(Companhia das Letras), onde relata os dez meses em que conviveu com moradores da favela do Vigário Geral, no Rio de Janeiro, onde a violência faz parte da rotina.

No mesmo dia, às 11h30, a “Mesa do Passe” terá comentários do francês François Leguil, psicanalista, psiquiatra e membro da Escola da Causa Freudiana (ECF) e da Associação Mundial de Psicanálise (AMP). Ainda no dia 21, a tarde será marcada por seminários e conferências de Analistas Membros da Escola (AMEs).

No sábado, 22, as discussões têm início às 9h, com a realização de mesas simultâneas com a participação de psicanalistas de todo o país. Às 11h, as “Plenárias do Momento Atual” irão abordar três discussões: Outras vozes sobre o autismo; Violência, trauma e memória: o que fazer com os restos da ditadura militar?; e Outras leis para a psicanálise: que golpe é este?.

A parte da tarde trará outras discussões nas mesas simultâneas, a partir das 14h. Às 18h, acontece a mesa plenária “O amor e o inconsciente ao final da análise”, com comentários de Carlos Augusto Nicéas, médico, psicanalista, autor deIntrodução ao narcisismo: o amor de si (Editora Civilização Brasileira/RJ) e Miquel Bassols, Presidente da Associação Mundial de Psicanálise (AMP).

No dia 23, domingo, às 9h, novo encontro com François Leguil na “Mesa do Passe II”. Às 10h30, Heloisa Buarque de Hollanda participa de uma roda-viva com psicanalistas da Escola Brasileira de Psicanálise (EBP). Heloisa, entre outros trabalhos, está à frente do Projeto Universidade das Quebradas, da UFRJ, que incentiva o debate, a pesquisa e a produção de conhecimento compartilhada entre a universidade e representantes de comunidades carentes.

Às 11h30, Miquel Bassols ministra a conferência de encerramento com o tema“Trauma nos corpos, violência nas cidades”.