PEQUIM (Reuters) – O presidente chinês Xi Jinping pediu maior “direção ideológica” nas universidades chinesas e exigiu o estudo do marxismo, disse a mídia estatal nesta segunda-feira, enquanto o país aperta o controle ao acesso à ideologia ocidental.
Os comentários de Xi são o último sinal de sua agenda política conservadora e vêm em meio a uma escalada no controle da imprensa, dos dissidentes e da Internet.
O Partido Comunista chinês sinalizou que não irá embarcar na reforma política, apesar das esperanças de que Xi, o filho de um vice-premiê liberal, possa negociar.
Xi disse que as universidades tinham que “amparar o dever de aprender e pesquisar a disseminação do Marxismo”, disse a agência estatal Xinhua.
Xi pediu que as autoridades aumentem a “liderança e a orientação” do PC nas universidades e também “fortaleçam e melhorem o o trabalho ideológico e político”.
Os campi deveriam “cultivar e praticar os valores originais do socialismo em seus ensinamentos”, disse Xi.
Grades curriculares e o discurso nas universidades são altamente controlados pelo governo, embora os estudantes tenham as vezes pressionado os limites, incluindo durante os protestos pró-democracia de 1989 na praça Tiananmen, que foram brutalmente reprimidos pelo Exército.
Um jornal influente do Partido Comunista disse em setembro que uma das principais universidades chinesas, a Universidade Peking, pediu que os estudantes “combatam” o criticismo do partido.
No ano passado, um economista chinês liberal, abertamente crítico ao PC, foi expulso da Universidade Peking depois de pedir reformas democráticas.
Xi adotou o Maoísmo antigo à medida que busca cortejar elementos conservadores poderosos no partido. Como muitas autoridades antes dele, Xi é adepto das clássicas crenças do partido de que perder o controle muito rapidamente, ou de qualquer maneira, poderia levar ao caos e à ruína do país.
O governo de Xi tem adotado uma forte repressão aos dissidentes e à liberdade de expressão que muitos ativistas de direitos civis dizem ser a mais consistente em muitos anos.
No semana passada, a imprensa chinesa noticiou que uma universidade no noroeste da China proibiu o Natal, chamando-o de uma celebração estrangeira “kitsch” que prejudica as tradições próprias do país, ordenando que os estudantes assistissem filmes de propaganda política.
(Reportagem de Sui-Lee Wee)
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