RIO – Professores de universidades e institutos federais em todo o país vão cruzar os braços nesta quarta-feira. A paralisação de 24h faz parte do Plano Nacional de Lutas, definido em fevereiro durante o 33º Congresso do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes), em São Luis (MA). No final de março, o sindicato vai decidir se a categoria entra em greve permanente.
De acordo com a presidente do Andes, Marinalva Oliveira, a expectativa é que a paralisação desta quarta tenha uma boa adesão em todo o Brasil. No entanto, segundo ela, somente no final do dia é que se poderá ter maior clareza quanto à adesão do movimento:
– Mas a indicação é que ( a paralisação) seja em todas as universidades e institutos federais. E nossa expectativa é que atinja o maior número possível de professores – ressaltou.
A categoria representa cerca de 70 mil professores de universidades e instituitos federais, além de algumas faculdades estaduais. Segundo Marinalva, o Andes exige a reestruturação da carreira, valorização salarial de ativos e aposentados, condições de trabalho para os professores, e garantia da autonomia universitária.
A sindicalista ressalta que os aumentos salarias concedidos que a categoria vem recebendo não compensam a inflação do período, com exceção apenas dos professores titulares. A autonomia universitária também foi lembrada pelo movimento.
– O governo ataca autonomia universitária ao impor MPs mandando as universidades fazerem o que elas quiserem. O Reuni foi um exemplo, junto com a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares.
Em 2012, o Andes esteve à frente da greve de 135 dias que paralisou a maioria das universidades federais. Naquele ano o motivo principal para a paralisação era a questão salarial, mas, desta vez, o sindicato quer exigir do governo medidas contra a “precarização do trabalho” dos professores, provocada em grande parte, segundo eles, pela “expansão desordenada” do ensino superior público a partir do Reuni. A categoria também exige melhoria nos planos de carreira.
Até o 28 de março, assembleias dos sindicatos em cada universidade vai deliberar sobre os próximos passos do movimento. Já entre os dias 29 e 30 deste mês, uma reunião nacional vai acolher o resultado de cada entidade sindical. Ao fim do processo, sindicalistas podem votar pela greve nacional.
Servidores universitários em greve
Já os servidores de universidades e institutos federais entraram em greve no início desta semana. A principal reinvidicação é o reajuste dos salários, que teriam sido desvalorizados pela inflação nos últimos anos. Sindicalistas argumentam que, desde a última greve do setor, junto com a última paralisação dos professores, finalizada em setembro de 2012, o governo federal concedeu aumento de 15%, dividos em três parcelas anuais de 5%, sendo o último pagamento marcado para de 2015. A elevação também não teria coberto a inflação do triênio.
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