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“A implantação das cotas ocorrerá de forma progressiva, nos próximos quatro anos”, afirma jornal

 

A política de cotas para ingresso nas universidades federais, como mostrou reportagem publicada ontem neste jornal, tem ocasionado renovado interesse pela Escola pública, pois muitos estudantes vislumbram mais facilidade de concorrer como cotistas do que disputar pelo sistema geral, de ampla concorrência.

A política de cotas foi instituída pela lei nº 12.711/2012 e garante a reserva de 50% das vagas em instituições federais a Alunos que tenham cursado integralmente o Ensino médio em Escolas públicas. A lei vale para as 59 universidades federais e 38 institutos federais de Educação. Em 2013, essas instituições foram obrigadas a reservar, pelo menos, 12,5% do número de vagas ofertadas. A implantação das cotas ocorrerá de forma progressiva, nos próximos quatro anos. A Universidade Federal do Ceará (UFC) resolveu aplicar a reserva total a partir deste ano.

Esse “desvio” para chegar à universidade, via política de cotas, que, em um primeiro momento pode sugerir oportunismo de estudantes de classe média – habituados a colégios particulares -, pode tornar-se benéfico. Atribui-se ao abandono de estudantes de classe média da Escola pública como, pelo menos, uma das causas de sua queda de qualidade, pois é sabido que esse setor social têm mais condições de pressionar governantes. Se estudantes oriundos da classe média retornarem, de fato, é possível que aumente a pressão pela melhoria do Ensino nas Escolas públicas.

Alie-se a isso, a ascensão econômica de um setor expressivo da população brasileira e a tomada de consciência que se espraia entre todas as classes sociais de que a Educação é um artigo de primeira necessidade no mundo contemporâneo – e inscrito na Constituição como um direito de todos – e teremos um caldo de cultura que pode demandar pela universalização do Ensino de qualidade.

Reconheça-se ainda que o governo federal, um número expressivo de governadores, prefeitos e políticos dos mais diferentes matizes, têm se preocupado cada vez mais com o assunto. O que se espera é que ocorra uma conjunção de variáveis, de modo que se eleve a qualidade ainda precária da Educação brasileira.