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O mercado de trabalho no Brasil chega, cada vez mais, a um estágio em que só o diploma não basta para o sucesso profissional. Alcançar as melhores posições nas empresas exige diferenciais como dominar um segundo idioma, ter conhecimento de outras culturas, desenvolver uma postura mais autônoma e ser um cidadão global. E em busca de desenvolver estas e outras características, um número cada vez maior de brasileiros buscam participar de programas de intercâmbio estudantil.

Estados Unidos, Canadá e Inglaterra estão entre os destinos mais procurados, muito por causa do desenvolvimento da fluência no Inglês. Este, por sinal, foi um dos motivos que fez Ruan Barreto, de 19 anos, ir para Miami Beach, nos EUA. Para ele, que via filmes com legenda na língua nativa e pesquisava letras de músicas de artistas norte-americanos e britânicos, a viagem de estudos foi um passo natural.

“Após terminar o ensino médio planejei minha viagem para o lugar que eu sempre tive vontade de conhecer onde eu pudesse colocar em prática o que eu já sabia, aprimorar e obter um certificado de uma escola qualificada. Então juntei o útil ao agradável e deu tudo certo”, diz Ruan, que viajou pela EF Cursos no Exterior.

Os Estados Unidos também foram o destino de Agatha Oliveira. Da área de Engenharia, sua principal motivação foi a busca por estudar em uma faculdade internacional e, assim, ter acesso a conhecimentos e metodologias que não encontraria por aqui.  

“Foi uma oportunidade incrível de poder estudar tecnologias que não estão necessariamente disponíveis numa faculdade no Brasil. Além disso, eu acreditava que a experiência de estudar fora e aprender sobre uma nova língua e uma nova cultura seria algo que me proporcionaria uma grande vantagem quando eu entrasse no mercado de trabalho”, destacou a estudante, que viajou pela EducatinoUSA.

Para que a viagem seja bem sucedida, é necessário ter um cuidado especial no planejamento dela. Ruan pesquisou vários destinos, a partir das informações oferecidas pela agência, até decidir-se por Miami. Agatha buscou saber mais sobre a cultura americana e, pela internet, conversou com brasileiros que já tinham estudado em solo americano. Os custos da viagem e a comunicação com os pais durante o intercâmbio também faziam parte das preocupações da estudante. Para ela, estudar no exterior lhe proporcionou uma visão totalmente diferente do mundo e fez com que se sentisse mais preparada para atuar na área em que se formou.

“A qualidade da educação foi incrível. Eu tive aulas com professores muito bem conhecidos na área deles, e acesso às melhores tecnologias. Quando eu ingressei no mercado de trabalho, eu me senti muito bem preparada”, comenta Agatha Oliveira. Para Ruan, o saldo da viagem também foi muito positivo. “A viagem abriu muitas portas em muitos aspectos. Voltei com uma bagagem maior de conhecimento, um certificado ótimo que é bem aceito, fiz amizade em várias partes do mundo e aprendi mais sobre outras culturas”, enfatiza Ruan.

Outra que também ficou satisfeita pela viagem de estudos que fez foi a jovem Jessica Sarah dos Santos Ribeiro. Ela foi, primeiramente, para Bournemouth, na Inglaterra. Após três semanas de aulas, seguiu para a França e a Itália. O objetivo: testar e aperfeiçoar a qualidade do seu Inglês e aperfeiçoá-lo, além, claro de conhecer novos países, fazer novos amigos e se divertir. Assim como Ruan e Agatha, ela teve cuidado redobrado na hora de pesquisar o destino. No final, segundo a jovem, a experiência valeu muito a pena.

“Durante as três semanas que fiquei estudando em Bournemouth percebi que o inglês é de extrema importância hoje em dia e que é basicamente impossível se comunicar sem saber falar em inglês (Acreditem, aquela historinha de fazer mímica não funciona). Quem faz um intercâmbio realmente tem um diferencial, eu me tornei bem mais comunicativa e independente, voltei falando um inglês maravilhoso”, relembra a estudante, que também viajou pela EF Cursos no Exterior.

 


Sobram benefícios, dizem especialistas

Especialistas também ressaltam os benefícios que estudar fora do Brasil pode trazer seja para quem está no ensino médio ou na graduação. Para Guta Campos, coordenadora de Produtos da EF Cursos no Exterior, o intercâmbio proporciona ao estudante uma percepção mais abrangente do cenário do país e da área em que se formam, além de maior maturidade.

“Durante o ensino médio, fazer um curso rápido, por exemplo, já traz muitos benefícios, como uma melhora na comunicação verbal, mesmo na língua materna. O aluno, a partir daí, já começa a fazer uma troca de experiência no meio em que vive, melhorando suas habilidades sociais. O mesmo ocorre com um aluno que já está cursando o nível superior. Ele tem uma capacidade de absorver mais conhecimento em outro idioma”, explica.

Para Guta Campos, estes e outros fatores tem feito com que muitas empresas valorizem currículos que incluem um período de estudo no exterior. “O intercâmbio é uma ferramenta essencial para que os 
funcionários ganhem competitividade num mundo cada vez mais global. As empresas modernas querem cada vez mais funcionários com um perfil internacional, multicultural e com capacidade para solucionar problemas. O intercâmbio fornece todas estas oportunidades”, completa.

Na escolha do curso e da instituição, os especialistas recomendam checar a idoneidade da empresa a ser contratada, a experiência e a variedade de programas de intercâmbio que ela tem, além de saber mais sobre a instituição de ensino em que se deseja estudar e conhecer melhor a grade do curso. Para Bianca Macena, chefe do escritório da EducationUSA no Rio, ter a oportunidade de estudar nos Estados Unidos, por exemplo, pode contribuir de forma decisiva para o sucesso profissional do estudante.

“Sem dúvida o diploma nos EUA tem muito peso no mercado de trabalho. As atividades não se restringem a sala de aula, são muitos cursos extracurriculares e estágios”, destaca Bianca Macena, para quem, o mercado de intercâmbio está em alta. “Um grande número de instituições vem oferecendo bolsa a alunos brasileiros. O programa do governo Federal, Ciências Sem Fronteiras, também é um fator que impulsiona demais esses intercâmbios”, completa a especialista.

 


 
Dólar alto não reduz
otimismo das agências

Ao longo do ano, o Brasil assiste a uma escalada do dólar frente ao real, intensificada nos últimos três meses. O valor mais alto da moeda americana, sem dúvida, encarece as viagens, uma vez que se reflete, também, na valorização de outras divisas, como o euro. Mas, ainda neste ambiente pouco favorável, o mercado tem boas perspectivas sobre a procura por intercâmbios por brasileiros.

O fato de as viagens para estudo e trabalho terem se tornado, nos últimos anos, mais acessíveis para estudantes de diferentes classes econômicas faz com que, ainda com a alta do dólar, as agências brasileiras tenham expectativas de crescimento para o setor. Para a pesquisa “Mercado de Educação Internacional e Intercâmbio do Brasil”, encomendada pela Associação Brasileira de Organizadores de Viagens Educacionais e Culturais, a Belta, foram consultados representantes de 80 agências de intercâmbio. Do total, 75% disseram que estão otimistas com o crescimento de envio de estudantes para o exterior.

“Os programas de intercâmbio oferecidos pelas agências brasileiras de educação internacional atendem diferentes perfis de estudantes, sejam eles das classes A, B ou C”, diz Carlos Robles, presidente da Belta. Para ele, a principal razão do otimismo é o aumento do poder de compra da classe C, observado nos últimos anos. Este aspecto pode manter o fôlego necessário para o setor continuar crescendo.

“A classe C já deixou de ser uma observadora para se tornar uma fatia importante para o mercado de educação internacional. Em 2012 78,7% das agências entrevistadas para a pesquisa enviaram estudantes da classe C para estudar no exterior, um aumento de 3,5% comparado aos dados de 2010”, disse Robles.

Divulgado pela bandeira de cartão de crédito Visa, o estudo “Estudo Global de Intenções de Viagem Visa 2013” reforça o otimismo para o mercado de intercâmbio. Segundo o levantamento, o gasto dos brasileiros com viagens internacionais deverá aumentar 52% neste ano comparado ao ano passado. E parte deste investimento tende a ser para fins de estudo e trabalho.

 


Salão do Estudante ocorre
no próximo dia 23, no Rio

Ao longo deste mês, várias cidades do país recebem a 18ª edição do Salão do Estudante, uma das maiores feiras voltadas para intercâmbio estudantil do país. Cerca de 600 instituições de ensino de mais de 20 países participarão do evento, que, no Rio de Janeiro, será realizada na próxima segunda-feira, dia 23, das 15h às 20h, no Hotel Sofitel, em Copacabana.

A entrada é gratuita, mas é preciso entrar no site do Salão do Estudante, preencher um cadastro e imprimir um convite. Na feira, será possível ter acesso a informações sobre diferentes tipos de programas de intercâmbio: desde oportunidades de ensino que vão desde cursos de idiomas de duas semanas até modalidades que envolvem graduação, pós-graduação, mestrado e doutorado.

Uma das principais características do Salão do Estudante é a presença de representantes das instituições de ensino no evento. Assim, estudantes e responsáveis podem aproveitar para tirar dúvidas sobre os cursos, os custos da viagem e da permanência no país estrangeiro, exigências feitas pelas pelas universidades, entre outros aspectos. Além dos estandes, os participantes poderão assistir a várias palestras e seminários. Tudo isso para não embarcar entrar em uma “barca furada”, como ressalta o coordenador do Salão do Estudante, Samir Zaveri.

“O visitante fala diretamente com os diretores dessas instituições. Todas essas empresas passam por um criterioso processo de aprovação e somente as instituições sérias participam do evento. O credenciamento dessas escolas e universidades garantem a tranquilidade dos pais e dos próprios estudantes. Estudar fora pode ser uma aventura, mas não um pesadelo”, salienta Samir.

A organização do Salão do Estudante espera receber, neste ano, cerca de 25 mil visitantes em todas as capitais. Além do Rio, o evento passará por Recife, no dia 17; Belo Horizonte, no dia 19; Vitória, no dia 21; Curitiba, no dia 24; Ribeirão Preto (SP), no dia 26; e São Paulo, nos dias 29 e 30.