O Conselho de Graduação da USP aprovou na tarde desta quinta-feira (27) a criação de bônus de 5% na nota do vestibular para candidatos de escolas públicas que se declararem pretos, pardos ou indígenas. Hoje, não há benefício específico para esse grupo.
A novidade deve começar a valer já no próximo ano. Haverá ainda aumento do bônus para demais alunos da rede pública, que pode ir dos atuais 15% a até 20%.
Um aluno pardo que cursou o ensino básico na rede pública poderá ter um acréscimo de até 25% na sua nota no vestibular. Hoje ele só pode chegar aos 15%.
A instituição aposta no aumento dos bônus para atingir as metas do projeto apresentado em dezembro do ano passado pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB-SP).
O governo quer até 2016 50% de calouros das universidades estaduais paulistas egressos de escolas públicas, em cada curso, sendo 35% deles pretos, pardos e indígenas.
Hoje, 28% dos aprovados na USP vieram do ensino público.
O prazo para chegar aos patamares na USP, porém, foi alterado para 2018.
A proposta ainda passará pelo Conselho Universitário no próximo dia 02 de julho, mas é improvável que tenha alteração.
O documento da USP, ao qual a Folha teve acesso, é uma síntese das sugestões feitas pelas suas 42 unidades.
Segundo a reportagem apurou, o trecho sobre pretos, pardos e índios sofreu resistências.
OUTRAS ESTADUAIS
A Unesp foi a primeira estadual paulista a aprovar, em abril, a meta do governo até 2016. A universidade, no entanto, não tem cotas ou bonificação para egressos do ensino médio público.
No início de junho, foi a vez da Unicamp dobrar os bônus no vestibular para estudantes formados no ensino médio público e aos pretos, pardos e indígenas.
Com a mudança, um candidato negro egresso da rede pública ganhará 12% de acréscimo em sua nota em medicina. Hoje, o benefício fica na casa dos 6%.
A ideia da Unicamp é atingir as metas do governo em 2017.
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