A Eesc (Escola de Engenharia de São Carlos), que acaba de completar 60 anos e cuja evolução resultou na criação das unidades do campus da USP local, está se preparando para criar três novos cursos no segundo campus.
O projeto mais adiantado e inovador, segundo a direção da escola, é o de engenharia hídrica, hoje existente em instituições como a UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul).
“Dizem que é um curso extremamente especialista, mas achamos que, levando em conta os recursos hídricos do Brasil e a importância estratégica da água, o país precisa disso”, diz o engenheiro eletricista Geraldo Roberto Martins da Costa, diretor da Eesc.
Segundo ele, a proposta já passou pela comissão de graduação da USP São Paulo e está em fase de preparação de orçamento. O curso abordaria tanto a estrutura necessária para abastecer e tratar a água quanto a geração de energia hídrica.
Entre as justificativas para o curso, ele cita a importância de um manejo mais consciente do aquífero Guarani –megarreservatório subterrâneo de água, abrangendo quase todo o Sul e Sudeste do Brasil, hoje crucial para o abastecimento da região de Ribeirão Preto, por exemplo.
A partir da Eesc, que tem dez cursos de graduação, houve a expansão, até chegar ao estágio atual, com dois campi da USP na cidade, 7.153 alunos e os institutos de Arquitetura e Urbanismo, Ciências Matemáticas e de Computação, Física e Química.
CARO
Outro curso em fase avançada de planejamento é o de engenharia química. “É um curso caro, em especial pelos reagentes necessários.”
Levando em conta a presença da indústria de carros na região de São Carlos, a Eesc prevê criar um curso de engenharia automobilística, em fase de estruturação do currículo. Segundo Costa, é difícil estabelecer prazos para a aprovação dos projetos.
Os cursos de engenharia hídrica e automobilística teriam cerca de 50 alunos cada. O de engenharia química, por causa do custo, seria para 40.
Para marcar o aniversário de 60 anos, a instituição também declarou a intenção de modificar currículos, tendo como meta práticas mais sustentáveis de engenharia.
Segundo o professor Aldo Roberto Ometto, que integra um dos grupos responsáveis pela proposta, os mecanismos serão discutidos pelas instâncias da universidade.
“A ideia faz parte de uma proposta mais ampla de formar um engenheiro que tenha uma visão sistêmica, com um corpo de conhecimento que não seja fragmentado.” Um projeto piloto está sendo colocado em prática no curso de engenharia de produção, no qual Ometto atua.
Um ponto importante, diz ele, é fazer os alunos pensarem no ciclo de vida dos produtos que projetam, desde a extração de matérias-primas à distribuição, com conceitos como o design ecológico e o uso de tecnologias limpas.
A engenharia também faz parte dos planos de expansão da UFSCar (federal de São Carlos), que iniciará as atividades em 2014 em Buri com engenharias agronômica, ambiental e de alimentos.
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