Passar horas sentado, resolvendo exercícios e lendo não é a única forma de conquistar uma bolsa em grandes universidades. Existem pessoas que conseguiram vagas até fora do país por praticarem algum tipo de esporte. Segundo a agência de consultoria na área “Daqui pra Fora”, atualmente 800 atletas estudam com bolsas de universidades internacionais.
A brasileira Mariana Aquino é um exemplo disso. Ela joga vôlei pela UCLA (Universidade da Califórnia), em Los Angeles, há quase três anos, e têm bolsa de estudos integral em relações internacionais. Ela conta que conseguiu a bolsa depois de ter mandado um vídeo que incluía alguns jogos que participou no Brasil e uma breve apresentação. Mariana teve também o auxílio de uma agência de consultoria que coordenou esse processo.
— O vôlei tem me dado varias oportunidades legais. Como sou cantora e tinha uma carreira musical no Brasil, era um sonho meu continuar essa carreira. Morando em Los Angeles eu estaria um pouco mais perto deste sonho.
A consultoria
O jornalista Gustavo Zanette, que já foi bolsista de tênis na Winthrop University, trabalha hoje na empresa “Daqui pra fora”, que faz mediação entre universidades e atletas brasileiros. Ele conta que a competição universitária no Brasil é muito diferente da que acontece nos Estados Unidos.
— Nos EUA eles premiam algum talento. Primeiro é feita uma avaliação técnica. O estudante precisa ter perfil atlético, boas notas e falar inglês. A empresa da consultoria, prepara o estudante para conseguir o melhor potencial.
A consultoria custa de R$ 7 mil a R$ 11 mil. Neste ano, a agência enviou 800 atletas para estudar fora do país. Mas as oportunidades também estão dentro do Brasil. O jogador de handebol Wesley Aparecido de Freitas faz parte do time da Universidade Metodista de São Paulo, e conseguiu 100% de bolsa no curso de Educação Física.
— O beneficio trouxe garantia de futuro. É um curso que eu sempre quis fazer. Eu jogava handebol em Minas Gerais. Estudei o ensino médio lá [MG], com bolsa por causa do esporte, então fui convidado para jogar pela Metodista. Além do curso, a universidade também ofereceu moradia, estou num apartamento com mais dois atletas.
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Por clubes brasileiros
O treinador do Niterói Vôlei Clube, Silvio Mauricio Gomes dos Santos Junior, também estudou Educação Física com bolsa por ser atleta. Ele cursou a Universidade Anhanguera e conta que esta era a única forma que tinha para conseguir terminar o curso.
— Pagando eu não teria condições na época. A carreira de um atleta é curta, quando ele termina com um diploma está na frente no mercado de trabalho.
No time em que trabalha, Junior conta que indica os atletas para treinadores de universidades, e então eles conseguem um desconto na mensalidade.
Escola de Esportes
O gerente de esportes da Universidade Metodista, professor Alberto Rigolo, foi o idealizador do projeto social “Escola de Esportes”, em atuação na universidade desde 1993. Em 2013, 800 crianças de 9 a 16 anos participam praticando esportes. Quando chegam na faixa de 19 a 21 anos, aqueles que se destacaram e tem necessidade são indicados para as bolsas de estudo.
— Fico com mais orgulho na colação de grau deles do que quando estão no pódio. O diploma é tão importante quanto uma medalha de ouro. A formação profissional traz consciência social.
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