Investigações da Polícia Civil apontam que o vestibular de medicina do Centro Universitário de Patos de Minas (Unipam) foi fraudado por quatro alunos, que teriam pago entre R$ 20 e R$ 50 mil para integrantes de uma quadrilha especializada em “matricular” calouros. Nesta quinta-feira (2), o delegado Luiz Mauro Sampaio confirmou que os quatro serão indiciados por falsidade ideológica, estelionato e falsificação de documento público, crimes com pena prevista de até 16 anos.
Os quatro estudantes também são alvo de um processo interno e devem ser desligados do curso até o fim do semestre. Segundo a polícia, os fraudadores são Arthur Queiroz de Oliveira, de 29 anos, de Natal (RN), Marcos Lázaro Donato Barbosa, de 22 anos, de Guanambi (BA), Danilo Barbosa Resende, de 18 anos, de Porangatu (GO) e Eduardo Bodanese Fontanta, de 32 anos, de Lages (PR).
A denúncia chegou ao diretor de graduação e coordenador do vestibular Henrique Miranda logo após as provas. Segundo o informante, um dos estudantes teria contratado outra pessoa para realizar as provas. A informação foi apurada pela polícia, que conseguiu comprovar a fraude em quatro casos. O professor explica a abordagem aos suspeitos.
— Todos os 60 alunos matriculados no primeiro semestre foram investigados. A polícia pediu que aplicássemos uma redação, como se fosse uma atividade do curso, para que as letras fossem periciadas. Isso é muito sério. Um aluno de medicina que ingressa por meio de fraude, o que nao fará quando tiver um CRM?
O delegado Luiz Mauro Sampaio explica que além da diferença na grafia, foram mostradas palavras usadas nas redações do vestibular. Um dos candidatos, que citou no texto o ex-ministro da Fazenda Delfim Neto, afirmou na delegacia que não sabia quem ele era. Eles vão responder em liberdade porque não atrapalharam as investigações.
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