O Programa de Inclusão com Mérito no Ensino Superior Público Paulista (Pimesp), aprovado pela Unesp na noite da última quinta-feira, 25, foi recebido com ressalvas por alguns dos estudantes da universidade.
“As cotas amenizam o problema a curto prazo, pois hoje é realmente desigual a participação de alunos da rede pública no ensino superior. Mas a longo prazo é preciso investir em educação de base para que as cotas sejam extintas”, afirma Paulo Henrique Ortega, de 23 anos, que estudou em escola pública e começa agora o mestrado em Física na Unesp. “Além disso, é difícil retirar um benefício depois que ele é concedido.”
Para outros alunos, entrar na universidade pública, às vezes, não é o principal problema para resolver as desigualdades socioeconômicas. “É uma medida que compensa o desequilíbrio existente na educação de base. Mas, em geral, quem vem de escolas públicas precisa se esforçar três vezes mais”, diz Lucas Batista, de 20 anos, aluno de Artes Visuais da instituição que veio da rede pública.
Segundo Batista, outro problema é a dificuldade que alunos com poucos recursos têm de conciliar as aulas e o trabalho. “Eu consegui bolsa de auxílio, senão teria que trabalhar. E os horários das aulas na Unesp, por exemplo, são geralmente pela manhã, o que impede o aluno de manter um emprego para garantir o sustento.”
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