Estado é o terceiro do Brasil em infecção pelo HIV e o 11º em mortes pela doença, segundo o MS
Os homens amazonenses continuam se infectando mais com a aids do que as mulheres, diferente do que acontece em outros Estados Foto: Robson Fernandes/AE
Manaus – O Amazonas é o terceiro do País em número de infectados pelo vírus HIV/aids, segundo dados do Ministério da Saúde. O Estado tem 29 casos para cada 100 mil habitantes, acima da média nacional.
Os dados foram reunidos pelo sociológo Júlio Jacobo Waiselfisz, com base nos dados coletados pelo Ministério da Saúde. Ele destacou que no Brasil as mulheres somam a maioria dos novos casos, mas no Amazonas ainda é maior a incidência do vírus entre os homens. A pesquisa identificou que 38% dos infectados no Estado são homens e 19% são mulheres que se declararam como heterossexuais. Os demais casos foram identificados entre os homossexuais.
Apesar de ser o terceiro em número de infectados, o Amazonas está em 11º lugar em mortes relacionadas à aids. Waiselfisz afirmou que deve lançar a segunda parte do seu estudo em julho, mapeando a faixa etária e outras informações dos infectados pelo vírus em cada Estado. “Eu tenho dados gerais do País, mas estou esperando receber as informações separadas por unidade federativa”, informou.
Os dados nacionais mostram que 67,5% das notificações informadas pela rede pública de saúde pertencem ao grupo de heterossexuais, sendo a maioria formada por mulheres, com 58,2%. Esta primeira fase da pesquisa também revelou que a faixa etária com a maior incidência de contaminação envolve pessoas entre 30 e 49 anos, incluindo heteros e homossexuais. A maior taxa de diagnosticados no País está no Rio Grande do Sul, seguido por Santa Catarina e Amazonas. A média nacional é de 22 infectados para cada 100 mil habitantes, conforme a pesquisa.
Transmissão
Quanto à forma de transmissão entre os maiores de 13 anos de idade, prevalece a sexual. Nas mulheres, 86,8% dos casos registrados decorreram de relações heterossexuais com pessoas infectadas pelo HIV. Entre os homens, 43,5% dos casos se deram por relações heterossexuais, 24,5% por relações homossexuais e 7,7% por bissexuais. O restante ocorreu por transmissão sanguínea e vertical.
A Secretaria de Estado da Saúde (Susam) registrou um crescimento de 32,6% nos novos casos de infectados entre janeiro e outubro do ano passado, o equivalente a 930 pessoas que se descobriram portadoras do vírus HIV. Em Manaus, 721 diagnósticos da doença foram feitos até novembro de 2013 e o índice de mortalidade no ano passado foi 3,99%.
Para a coordenadora estadual de DST/Aids e Hepatites Virais, a infectologista Silvana Lima, um dos obstáculos enfrentados pelo Estado para combater a disseminação do vírus no Amazonas é a banalização das Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs). “Nunca se distribuiu tantos preservativos, inclusive de forma desburocratizada. Hoje não é necessário nem que o interessado se identifique, mas infelizmente o descuido com a prevenção ainda ocorre”, afirmou.
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