fbpx

Mariana Tokarnia / Repórter da Agência Brasil

Brasília – A abertura oficial do Fórum Mundial de Direitos Humanos hoje (10) foi marcada com um minuto de silêncio em memória ao ex-presidente da África do Sul Nelson Mandela, que morreu na semana passada. Pelo microfone, anunciou-se que o evento é dedicado ao líder da luta contra o racismo. O silêncio foi seguido de palmas. O embaixador da África do Sul no Brasil, Mphakama Mbete, recebeu uma buquê de rosas brancas, como homenagem ao ex-presidente.

“Mandela contribuiu imensamente para a promoção da paz na África do Sul. Ele é lembrado pela proteção e promoção dos direitos humanos e pela equidade entre todos”, disse Mbete. O embaixador ressaltou que o trabalho de Mandela continua sendo feito por milhões de pessoas em todo o mundo, pela Fundação Nelson Mandela, que dedicam-se a serviços comunitários.

“[Mandela] passou 27 anos na prisão e, depois quando saiu, em vez de alimentar ódio e separação, o que fez foi unir os contrários para criar uma democracia”, disse o presidente da República em exercício, Michel Temer.

Já o diretor da Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (Flacso), Pablo Gentili, ressaltou que os ideais do líder servem de exemplo. “Não podemos falar de Mandela sem lembrar que no Brasil um jovem negro morre a cada 30 minutos”, disse.  

No evento, há um grande painel dedicado ao ex-presidente sul africano com uma frase dita por ele: “Tudo é impossível até acontecer”. Diversas pessoas tiraram fotos quando passaram pelo local.Mandela morreu na quinta-feira (5), aos 95 anos. Ele sofria de problemas respiratórios e estava recebendo cuidados médicos em casa. Foi a principal voz na luta pelo fim do regime de segregação racial na África do Sul, o apartheid.

Nesta terça-feira, a homenagem a Mandela em Joanesburgo, África do Sul, reuniu representantes de mais de 100 países, incluindo a presidenta Dilma Rousseff e o presidente norte-americano, Barack Obama.

O Fórum Mundial de Direitos Humanos ocorre em Brasília até sexta-feira (13). O início do fórum marca também os 65 anos da Declaração Universal de Direitos Humanos. O encontro inclui conferências, debates temáticos e atividades que contarão com a presença de autoridades, intelectuais e profissionais reconhecidos internacionalmente. O objetivo é promover uma reflexão sobre o tema direitos humanos. O evento teve mais de 10 mil inscrições.

Em discurso, Temer defendeu que o fórum, que está na primeira edição, seja feito anualmente, em diferentes países. Ele propôs também que o Brasil seja patrocinador do evento, junto com o país-sede. Também na abertura do fórum foi assinada a portaria de convocação da 12º Conferência Nacional dos Direitos Humanos. A última conferência ocorreu em 2008.

O fórum também tem uma programação cultural, que teve show da cantora baiana, Daniela Mercury. No período da tarde, o público conferiu apresentações da roda de capoeira Garotos sem Fronteiras; de um grupo de dança indígena do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sertão Pernambucano; e do grupo de percussão Tambores da Kuzinha, do Distrito Federal, bastante aplaudido.
 
Edição: Carolina Pimentel