Em assembleia na noite de terça-feira (10), professores da Universidade Metodista de Piracicaba (Unimep) estipularam prazo para que a reitoria reverta as demissões em curso. A categoria quer que o processo de desligamento seja encerrado até quinta-feira (12) e que os professores que foram informados da demissão retornem aos postos. Assim, as negociações sobre a crise financeira da instituição seriam retomadas.
Segundo o presidente da Associação dos Docentes da Unimep (Adunimep), Milton Souto, cerca de 30 profissionais receberam a informação de que foram demitidos. Alguns foram avisados por e-mail durante a assembleia desta terça, disse o presidente. Souto é um dos desligados.
O presidente da entidade informou que a reitoria seria avisada da decisão em assembleia. “Vamos dar mais uma oportunidade [de negociação], mas claro que com anulação e reversão imediata das demissões. E a suspensão das que estão em curso”, informou o presidente. Outra reunião será realizada na sexta-feira (13).
O G1 entrou em contato com a assessoria da Unimep e do Instituto Educacional Piracicabano da Igreja Metodista (IEP), mas não obteve retorno até a publicação da reportagem.
Greve dos professores
A situação ocorre logo após os professores da Unimep terem encerrado a greve, que durou pouco mais de 20 dias. A paralisação foi iniciada no dia 11 de junho após a Unimep não pagar os salários de todos os professores no quinto dia útil e, com isso, desrespeitar o Termo de Ajuste de Conduta (TAC) firmado entre o Ministério Público do Trabalho (MPT) e a universidade.
No encerramento da greve, que aconteceu após a Unimep ter quitado todos os vencimentos, a diretora do Sindicato dos Professores de Campinas e Região (Sinpro), Conceição Fornasari, disse que a entidade e a reitoria já tinham realizado três reuniões para tentar um acordo sobre a crise financeira que vive a universidade, inclusive para evitar demissões.
Dentre as medidas citadas pela reitoria da Unimep ao Sinpro estava a abertura de processo para demissão voluntária, a migração dos professores que estão na carreira antiga para a nova e também a mudança da data do pagamento dos salários.
Acordo de pagamento
O TAC foi firmado em março deste ano após sete audiências no MPT com funcionários e representantes do Instituto Eduacional Piracicabano da Igreja Metodista (IEP). Os debates, que partiram de uma denúncia formalizada pelos trabalhadores, começaram em 18 de maio do ano passado.
No dia 14 de maio, a procuradora do MPT Clarissa Schinestsck assinou um despacho cobrando a apresentação do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) atualizado da universidade, uma planilha com nome, CPF, função e salário de todos os funcionários e comprovante bancário de pagamento.
O despacho foi emitido após uma notificação da Adunimep à Procuradoria do Trabalho de que os pagamentos de abril não tinham sido feitos no prazo determinado no TAC. A Unimep comprovou o pagamento aos trabalhadores, mas os vencimentos foram quitados no dia 22 de maio, e não no quinto dia útil.
Apesar do descumprimento do TAC, o procurador do trabalho, Paulo Crestana, optou por não mover ação de execução de multa, como havia pedido a Associação dos Docentes da Unimep (Adunimep). Crestana deu 20 dias para que as partes realizassem nova tentativa de acordo, já que o IEP pediu uma “negociação mais ampla” sobre a crise que a instituição vive. O prazo venceu no dia 9 de julho.
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