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Treze funcionários permaneceram no prédio administrativo após reunião com secretário da estadual de Campinas. Grupo disse que só sai após conversa com o reitor Marcelo Knobel.

Reforço da segurança pela universidade e vigília dos servidores marcaram a primeira noite de ocupação do prédio da Reitoria da Unicamp, em Campinas (SP), nesta quarta-feira (4) . A situação no campus foi tranquila nesta manhã e a direção da universidade sinalizou que pode voltar a discutir a greve nesta tarde se o edifício for desocupado.

Os grevistas também aproveitaram um evento na Faculdade de Ciências Médicas com a presença do reitor Marcelo Knobel para protestar com faixas e cartazes.

 

Ocupação e reivindicações

Os 13 funcionários ocuparam o setor administrativo da universidade às 18h30 da terça-feira (3). Outro grupo passou a noite e esta manhã do lado de fora, onde montaram uma espécie de acampamento com cobertores e alimentação.

De acordo com a diretora do Sindicato dos Trabalhadores da Unicamp (STU) Margarida Barbosa, o grupo quer discutir o desconto no salário dos funcionários durante o período de greve e o reajuste no vale-alimentação.

“Ele [reitor] fez uma proposta de R$ 950. Nós fizemos uma contraproposta e ele não responde isso”, explica a diretora do STU.

Funcionários em greve fazem vigilia na porta da Reitoria da Unicamp, em Campinas (Foto: Helen Sacconi/EPTV)

Funcionários em greve fazem vigilia na porta da Reitoria da Unicamp, em Campinas (Foto: Helen Sacconi/EPTV)

A administração fez uma proposta de aumento de R$ 100, o que elevaria o benefício para R$ 950.

A categoria pede que o vale suba de R$ 850 para R$ 1080, ou seja, aumento de R$ 230. A administração informou não ter como atender o aumento superior a R$ 100 e citou um déficit de R$ 240 milhões em 2018 no orçamento universitário.

Os funcionários da estadual de Campinas também querem reajuste de 12,6%, mas a proposta oficial da Unicamp é 1,5%.

Funcionários em greve na Unicamp durante manifestação na porta da reitoria (Foto: Tony Mendes/EPTV)

Funcionários em greve na Unicamp durante manifestação na porta da reitoria (Foto: Tony Mendes/EPTV)

O STU informou a manutenção do protesto de ocupação na reitoria até novas negociações ocorrerem. Na terça, um grupo conversou com a chefia de gabinete, mas nenhum acordo foi fechado.

Seguranças na porta da Reitoria da Unicamp na manhã desta quarta-feira  (Foto: Helen Sacconi/EPTV)

Seguranças na porta da Reitoria da Unicamp na manhã desta quarta-feira (Foto: Helen Sacconi/EPTV)

“Estamos esperando uma resposta da reitoria. A gente quer conversar com o reitor”, afirma a diretora do STU Margarida Barbosa.

Nesta manhã, o reitor Marcelo Knobel disse que não vai se apresentar aos grevistas dentro do prédio administrativo enquanto ele estiver ocupado. Disse ainda que o encontro de terça-feira não estava agendado, mas enviou o chefe de gabinete Joaquim Murray Bustorff Silva porque ele tinha outros compromissos.

À EPTV, afiliada da TV Globo, o reitor Marcelo Knobel disse já estão em andamento negociações para desocupação do prédio da reitoria.

Reitoria da Unicamp é ocupada por trabalhadores em greve na noite desta terça-feira (3) (Foto: Daniel Mafra/EPTV)

Reitoria da Unicamp é ocupada por trabalhadores em greve na noite desta terça-feira (3) (Foto: Daniel Mafra/EPTV)

Manutenção da greve

Pela manhã, os funcionários da Unicamp definiram, em assembleia, a continuidade da greve que chegou ao 43º dia. A categoria reivindica maior reajuste salarial e benefícios.

Os servidores iniciaram greve no dia 22 de maio para pleitear aumento de 12,6% nas remunerações, entretanto, o Consu homologou índice de 1,5% diante da situação financeira da universidade, que previa déficit orçamentário de R$ 238,4 milhões antes de considerar a aprovação do reajuste nas contas. Os funcionários reivindicam ainda R$ 1,1 mil de vale-alimentação, enquanto a universidade propõe R$ 950, alta de R$ 100 sobre o valor vigente.