Há cerca de um mês, jovens em busca de vingança invadiram as instalações do HPS para atacar um membro de um grupo rival. O ousado gesto só não teve consequências mais graves graças à ação dos seguranças e dos policiais de plantão no hospital. Mesmo assim, houve vítimas. Já na última terça-feira, o enfrentamento ocorreu dentro de um shopping no Centro da cidade. Um adolescente de 16 anos estava numa loja quando foi abordado e esfaqueado no ombro. A PM anunciou a instalação de um posto no local, que funcionará como Centro de Registro de Ocorrências.
Como no primeiro caso, este também poderia ter um desfecho trágico, o que dá margem a indagações sobre o limite dos jovens e quais as razões para tanta violência. Os dados são preocupantes, não só em Juiz de Fora, mas em todo o país. Um levantamento apresentado ontem indica que, em 2010, quando foi feita a pesquisa pela Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais, 8.686 adolescentes e crianças foram assassinados. Desde 1980, a lista aumentou 376%. No geral, os homicídios cresceram, no mesmo período, 259%.
O Mapa da Violência 2012 – Crianças e Adolescentes do Brasil, lançado ontem, analisa informações do Ministério da Saúde sobre as causas de mortes de pessoas entre 0 a 19 anos de idade, confirmando, que, nessa faixa, o crescimento mais que triplicou em 30 anos. Trata-se de um contraste, pois há uma evidente queda nas mortes por causas naturais, graças aos avanços da medicina.
Os estudos apontam para a necessidade de políticas públicas mais intensas nesse segmento, que se vê à mercê de um mercado de trabalho cada vez mais competitivo e com perspectivas incertas. Além disso, leva-se em conta o papel da família, por ser a matriz dos primeiros gestos. É mais um desafio a ser enfrentado.
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