Alagoas é o Estado onde proporcionalmente mais se registram mortes por arma de fogo no Brasil. Segundo o “Mapa da Violência 2013: Mortes Matadas por Armas de Fogo”, em 2010 foram registradas no Estado 1.725 mortes desse tipo, sendo 1.721 homicídios, três suicídios e um acidente.
O total gera uma média de 55,3 mortes por 100 mil habitantes, que deixa Alagoas em primeiro lugar no ranking. Em segundo lugar vem o Espírito Santo, com 39,4 mortes, em terceiro Pará com 34,6, em quarto Bahia com 34,4, e em quinto Paraíba com 32,8.
Com os menores índices ficaram os estados de Roraima com média de 7,1 mortes, seguido de Piauí com 8,0, Santa Catarina com 8,5, São Paulo com 9,3 e Acre com 10,0.
Capitais
Entre as capitais, Maceió também ocupa o primeiro lugar proporcionalmente, com média de 94,5 mortes por 100 mil habitantes. Se colocada no ranking de todos os municípios brasileiros, Maceió fica no 5o lugar e Arapiraca no 11o, com média de 84,3.
De acordo com o levantamento, o crescimento da mortalidade por armas de fogo foi maior entre as pessoas com idade entre 15 e 29 anos (414%), se comparado com o conjunto da população (346,5%). “Também os homicídios jovens cresceram de forma mais acelerada: na população como um todo foi 502,8%, mas entre os jovens o aumento foi 591,5%,” diz a pesquisa.
O sociólogo Julio Jacobo Waiselfisz, responsável pelo estudo, diz que uma das causas do aumento da violência entre os jovens se deve à exclusão da educação.
Defesa Social aponta redução
A Defesa Social divulgou ontem, paralelamente ao Mapa da Violência, dados atualizados da criminalidade em Alagoas. Os números disponibilizados incluem os Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLIs) – que são homicídio doloso, roubo seguido de morte (latrocínio), lesão corporal e resistência com resultado de morte – registrados a partir de 2011 até janeiro deste ano.
De acordo com a estatística criminal, os crimes violentos apresentam redução desde 2011, quando foram registradas 2.427 mortes. Em 2012, o número baixou para 2.186, passando a média diária de 6,65 casos para 5,97.
Em Maceió, também houve uma queda no número de CVLIs desde 2011, quando ocorreram 974 mortes – média diária de 2,67 –, enquanto em 2012 foram registradas 801 mortes, baixando a média diária para 2,19.
“Já é de conhecimento público que a Defesa Social vem garantindo a transparência das informações das estatísticas criminais com números atualizados mensalmente”, afirma o secretário Dário Cesar. Segundo ele, as estatísticas divulgadas por instituições não governamentais são desatualizadas, porque se referem ao ano de 2010.
Pelas estatísticas da Seds, das 196 mortes violentas ocorridas em todo Estado em janeiro, apenas 3,06% tiveram mulheres como vítimas; enquanto na capital o índice foi de 3,45%. No município de Arapiraca, das 21 mortes registradas, o percentual de vítimas femininas foi de 4,76%.
Arma de fogo
Os dados produzidos pelo Núcleo de Estatísticas e Análise Criminal apontam que o principal instrumento utilizado para o cometimento de crimes é a arma de fogo. Pelos números atualizados referentes ao período de janeiro no Estado, 84,69% do total de mortes foram vítimas de projéteis de arma de fogo (PAF), seguido de arma branca (7,4%), espancamento (5,10%) e outros.
Na capital, 86,21% dos crimes têm como instrumento a arma de fogo, seguido de arma branca (6,90%). Em Arapiraca, os números são de 80,95% para arma de fogo e 14,29% para arma branca.
Com a finalidade de retirar armas de fogo de circulação, a Defesa Social implantou no ano passado a bonificação para policiais civis e militares que apreenderem armas e também drogas.
A iniciativa foi incluída dentro das ações do programa Brasil Mais Seguro – Alagoas e já resultou no pagamento de mais de R$ 250 mil em bonificações. Nos primeiros cinco meses, a Polícia Militar apreendeu em Maceió e Arapiraca cerca de 1.400 armas de fogo.
Comentários