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Um estudo divulgado ontem revelou o crescimento de 34,47% no número de assassinatos de negros no Rio Grande do Sul em oito anos – os homicídios de brancos, em igual período, aumentaram 3%. 

A elevação dos crimes no Estado entre 2002 e 2010, superior à média nacional (29,8%), é particularmente dramática porque apenas 16,14% da população gaúcha se identifica como negra, preta ou parda, conforme último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

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Os dados fazem parte do Mapa da Violência 2012, A cor dos homicídios no Brasil, realizado pelo Centro Brasileiro de Estudos Latino-Americanos (Cebela), pela Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais e pela Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da República.

No primeiro ano do estudo, em 2002, 45,9 mil pessoas foram mortas no país, das quais 41% eram brancas e 58,6% negras. Em 2010, o total de homicídios teve aumento tímido (49,2 mil vítimas), mas a discrepância de ordem racial deu um salto: 28,5% dos mortos eram brancos e 71,1% negros.

No documento, o sociólogo Julio Jacobo Waiselfisz, coordenador do Mapa, alerta que as constatações são ainda mais impactantes porque o país não apresenta “enfrentamentos étnicos”.

Norte e Nordeste do país concentram mais mortes

Para o professor de sociologia Juan Mario Fandino Mariño, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul o resultado apresentado pela pesquisa é surpreendente e, por isso, deve ter atenção especial da sociedade.

— São dados muito relevantes, que devem ter relação com a dinâmica da criminalidade que penaliza, em diferentes momentos, diferentes grupos. Principalmente se considerarmos que o negro é a vítima mais exposta, que sofre mais — afirma o professor.

Sob o ponto de vista geográfico, a multiplicação da violência contra negros se concentra nas regiões Norte e Nordeste.