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“Quem ama, abraça”. Com essa mensagem, o Governo do Estado em parceria com diversas instituições, entre elas, o Ministério Público do Estado do Acre (MP/AC), fez, nesta terça-feira (27), o lançamento da Campanha ‘16 dias de Ativismo pelo fim da violência contra a Mulher’, em Rio Branco. O principal objetivo é chamar atenção da sociedade para os dados alarmantes extraídos do Mapa da Violência 2012, elaborado pelo Ministério da Justiça e o Instituto Sangari.

O levantamento mostra que a cada duas horas, uma mulher é assassinada no Brasil; seis, em cada dez brasileiros, conhecem alguma mulher que foi vítima de violência doméstica; 30% das mulheres brasileiras já sofreram algum tipo de violência doméstica; a cada dois minutos, cinco mulheres são violentamente agredidas no Brasil. Nessas estatísticas, o Acre ocupa a 14ª posição no ranking da violência contra a mulher.

“Essa realidade é muito perversa. A violência é um problema transversal e o combate também precisa ser. Por isso, as instituições devem se unir para o enfrentamento à violência contra a mulher”, destacou a secretária de Políticas para as Mulheres, Concita Maia.

O índice de mulheres assassinadas em Rio Branco é acima da média nacional, que é de 4,4. Além da capital do Acre, só Porto Velho e Manaus registram uma média superior a dez homicídios para cada grupo de 100 mil mulheres.

Durante 16 dias, serão realizadas várias atividades em Rio Branco e no interior do estado. Nesta quarta-feira (28), no bairro Taquari, na capital, haverá a campanha pela paz, o que também está previsto para Plácido de Castro e Cruzeiro do Sul.

O promotor de Justiça Luis Henrique Corrêa Rolim, da 13ª Promotoria Criminal, com atribuições perante a Vara de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, participou da solenidade de abertura da campanha e lembrou que, em alguns casos, as ações preventivas surtem mais efeito do que a repressão. “Nós que nos deparamos com esses números da violência contra a mulher, sabemos da importância dessa campanha. A repressão nem sempre é o caminho certo. É preciso promover uma mudança de cultura, de paradigma”, disse.

Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam que o Brasil é o 7º país com maior número de mulheres assassinadas no mundo. Nos últimos 30 anos, foram assassinadas mais de 92 mil mulheres; 43,7 mil só na última década. Além disso, segundo os dados, 68,8% dos homicídios ocorrem dentro de casa e são praticados por maridos ou companheiros. “Esse é um problema de todos nós, homens e mulheres. Por isso, o Governo do Estado está propondo essa mobilização”, lembrou o secretário de Direitos Humanos, Nilson Mourão.