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Nos últimos 30 anos, mais de 175 mil crianças e adolescentes foram assassinados no Brasil. Esse número posiciona o país entre os mais violentos do mundo em relação à mortalidade infanto-juvenil. Com base nesse quadro, que se agrava progressivamente, exigindo a implantação de novas políticas públicas de enfrentamento, a Câmara dos Deputados realiza nesta quarta-feira (28), o Seminário Mapas da Violência 2012: Crianças e Adolescentes no Brasil.

O evento, que acontece no Auditório Freitas Nobre, é uma iniciativa da deputada Keiko Ota (PSB-SP), presidente da Frente Parlamentar em Defesa das Vítimas de Violência. Além da participação da ministra da Secretaria dos Direitos Humanos, Maria do Rosário, estão confirmadas as presenças do sociólogo Júlio Jacobo Waiselfisz, coordenador da Área de Estudos sobre Violência da Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (Flacso), e de pesquisadores e representantes da sociedade civil.

Waiselfisz falará sobre a publicação de sua autoria, o estudo Mapas da Violência, que deu nome ao seminário. Elenão considera que as políticas governamentais sejam obsoletas, mas sim, insuficientes. “Precisamos discutir mais sobre como direcionar as políticas nacionais, estaduais e municipais em torno da segurança pública”, alerta.

Conforme a pesquisa, na contramão das causas naturais, que caíram de forma contínua e acentuada nas três últimas décadas, as causas externas de mortalidade de crianças e adolescentes vêm crescendo, ao ponto de a posição do Brasil no contexto internacional ser considerada alarmante.

A taxa de 13 homicídios para cada 100 mil crianças e adolescentes leva o país a ocupar a 4ª posição entre 92 países do mundo analisados, com índices entre 50 e 150 vezes superiores aos de países como Inglaterra, Portugal, Espanha, Irlanda, Itália, Egito, etc. cujas taxas mal chegam a 0,2 homicídios em 100 mil crianças e adolescentes.

Mapa da Violência é uma série de estudos divulgada desde 1998. A edição de 2012 aponta as principais características da evolução da violência no País entre os anos de 1981 e 2010. A pesquisa foi realizada com o apoio do Centro Brasileiro de Estudos Latino-Americanos (Cebela) e da Flacso.

Também foram convidados para os debates os presidentes do Cebela, Jorge Werthein; da Flacso, Pablo Gentili; da Ordem dos Advogados do Brasil, Ophir Filgueiras Cavalcante; e da Fundação Abrinq, Synésio Batista da Costa; além da subsecretária do Pró-Vítima do Distrito Federal, Valéria Velasco.