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Os candidatos a prefeito em vários municípios estão construindo suas plataformas de campanha em cima de um tema polêmico, espinhoso e sobre o qual não apitam: a Segurança Pública. Em entrevista à Rádio CBN Vitória, na manhã desta quarta-feira (18), o prefeito da Serra, aproveitando-se da ligação de seu adversário com o governo do Estado, deixou bem claro que a função é do Estado e não do município. A visão é correta, mesmo assim, tem muita gente prometendo o que não pode cumprir. 

Os dados apresentados pelo Mapa da Violência 2012 – Crianças e Adolescentes do Brasil deixaram claro que esse mecanismo do combate às drogas como bandeira para o fim da violência é uma estratégia frágil. É evidente que a violência está relacionada em partes com o tráfico de drogas, que deve ser combatido, com ações efetivas da Polícia Militar e Civil e uma ação enérgica da Secretaria de Segurança do Estado. 

Mas jogar tudo na vala comum creditando ao envolvido com o submundo das drogas a única culpa pela sua própria morte é irresponsabilidade. Desde o governo José Ignácio Ferreira não ouvimos falar em um plano de segurança pública e o efetivo policial só faz diminuir, ao passo que os inquéritos se acumulam. Enquanto isso, os agentes políticos se utilizam do aumento galopante do tráfico para se isentar da falta de compromisso com essa situação caótica que coloca o Estado no topo do ranking de mortes de jovens e não é de hoje. 

Com o fim do governo Paulo Hartung (PMDB) e o compromisso do governador Renato Casagrande de se envolver de corpo e alma na questão, ficou a esperança de uma mudança de cultura. Esperança essa logo frustrada pela manutenção do mesmo núcleo do governo passado na área e o compromisso de não apontar o dedo para as falhas de seu antecessor. 

Ao sair do governo, o hoje candidato a prefeito de Vila Velha, Rodney Miranda (DEM), passou a pregar o combate ao uso de drogas como solução para o fim da violência. Mas o que fazer com os 60% dos homicídios que são cometidos por familiares ou vizinhos? Motivos banais que acabam em tragédias, enquanto a população engole a seco essa ideia de que o problema é de quem usa ou vende drogas e isso nunca vai atingir às famílias de bem. 

A criminalização da juventude negra e pobre do Estado segue a passos largos, enquanto muita gente faz palanque em cima disso. Uma vergonha. 

Fragmentos:

1 – A partir da próxima semana, a expectativa é de que os candidatos a prefeito já tenham acesso a seus materiais de campanha, o que vai deixar a eleição um pouco menos morna.

2 – Natural a reação da bancada do PT à manobra pela reeleição de Theodorico Ferraço (DEM) para a presidência da Mesa Diretora, afinal, partiu da gestão Cláudio Vereza a proibição da prática. 

3 – Mesmo sem a bancada petista, que segue para o recesso sem consenso sobre o tema, Ferraço já tem o quantitativo que precisa para garantir sua reeleição. Mas a sociedade organizada vai deixar? E se fosse outro, teria a mesma facilidade?