fbpx

A Força Nacional estará na porta da escola estadual Geraldo Melo, no Graciliano Ramos, na próxima segunda-feira, 10, para garantir o funcionamento da unidade de ensino. A garantia foi dada pela secretária nacional de Segurança, do Ministério da Justiça, Regina Miki, e transmitida à direção da escola e aos professores, na manhã deste sábado, 8, pela Comissão Especial de Inquérito (CEI) da Câmara Municipal de Maceió, instituída para investigar as causas da violência contra jovens. A escola foi fechada, esta semana, por determinação de traficantes da região.

 

De acordo com o presidente da CEI, vereador Ricardo Barbosa (PT), desde que tomou conhecimento do que aconteceu, a posição da secretária foi de apoio imediato. “A escola Geraldo Melo está localizada na área vermelha de Maceió, conforme atesta o Mapa da Violência. Diante disso, a secretária Regina Miki determinou que se abra inquérito para apurar com rigor as ameaças de traficantes aos professores, bem como que esse tipo de caso seja apurado por delegacias especializadas e não pelas comuns”, reforçou Barbosa.

 

Ainda conforme Ricardo Barbosa, a secretária Regina Miki designou o envio de uma guarnição da Força Nacional judiciária para presidir os inquéritos dos casos de violência não apenas na escola, mas em toda a região do Graciliano Ramos. “Já na terça-feira, esse delegado da Força Nacional estará aqui para apurar todas as denúncias”, revelou Barbosa. O consultor da CEI, advogado Pedro Montenegro, acrescentou que a grande vantagem nessa determinação da secretária Regina Miki é que o delegado não terá as demandas que os delegados atuais têm. “As delegacias de Maceió têm mais de 3mil inquéritos não concluídos”, destacou.

 

Montenegro acrescentou que irá solicitar à secretária Regina Miki, que a escola sirva de piloto para o início do programa “Viva Jovem”, que será lançado pelo governo federal, para reforçar o “Brasil Mais Seguro”, já executado em Alagoas.

 

Na oportunidade, professores e diretores fizeram diversos relatos de violência praticados contra os profissionais. Aproveitando a presença de representantes da secretaria estadual de Educação e da Coordenadoria Regional de Ensino, fizeram diversas cobranças ao governo do Estado para dotar a escola de mais segurança e condições de funcionamento. “O que acontece hoje na escola é reflexo da permissividade do Estado”, considerou um dos professores.

 

Ainda no relato dos profissionais da unidade de ensino estadual, nove professores receberam ameaça de morte ou de agressão em apenas dois meses. A diretora, Irineide Araújo Costa, disse que cobrou da secretaria de Educação a elevação do muro que circula a escola, durante a reforma. No entanto, não foi atendida para a medida simples.

 

O representante da CRE, Israel Nicolau, disse que na última quarta-feira, quando a escola foi fechada devido às ameaças, ficou definida a realização de reunião entre os representantes da unidade de ensino e da secretaria de Defesa Social. “Não se trata de uma posição tomada apenas pelo fato de o caso ter chegado à mídia, mas queremos tomar decisões efetivas para resolver os problemas aqui encontrados”, disse ele.

 

O jornalista Gilvan Ferreira, representante do secretário estadual de Educação, Adriano Soares, disse que ficou determinado a realização de um diagnóstico para identificar a quem cabe cada uma das responsabilidades referentes à escola Geraldo Melo. Ele relatou o quadro atual do Cepa que, segundo ele, não há nenhum registro de violência, devido a esse tipo de decisão. “Com esse diagnóstico, a secretaria vai envolver todos os responsáveis, como ela própria no que lhe couber, o Ministério Público, o Conselho Tutelar, enfim, todos. O fato de se pedir a suspensão do muro, essa pode ser uma medida ineficaz”, justificou Ferreira.