fbpx

Previsão de gastos com exame é de R$ 788 milhões, segundo o MEC. Arrecadação com inscrições somou R$ 136 milhões.

Evolução das despesas com o Enem (Foto: Arte/G1)

Evolução das despesas com o Enem (Foto: Arte/G1)

Ainda faltam pouco menos de dois meses para as provas, mas o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2016 já acumula dois recordes. A atual edição é a campeã no valor arrecadado com inscrições e, ao mesmo tempo, tem a maior previsão de custo para os cofres do governo federal desde 2009, ano em que a prova assumiu o atual formato.

De acordo com dados do Ministério da Educação (MEC), a previsão orçamentária para o Enem 2016 é de R$ 788.345.024, o maior valor absoluto autorizado a ser empregado na realização do exame. Com as 8,732 milhões de inscrições, o MEC arrecadou R$ 136,2 milhões, o que também representa o maior valor da série. Em média, se descontado dos gastos o a arrecadação com inscrições, o custo médio por aluno será de R$ 74,67 neste ano.

Arrecadação com inscrições no Enem (Foto: Arte/G1)

Arrecadação com inscrições no Enem (Foto: Arte/G1)

O MEC informou que ainda não pode detalhar os custos por área (impressão de provas, segurança e correção). A pasta deu como exemplo o valor que pode ser gasto com correção de redações.

“O pagamento da correção, só será realizado para o número de participantes que efetivamente realizarem a prova. Portanto, qualquer afirmação, neste momento, do gasto efetivo para o Enem 2016, não é exata”, informou o MEC, que na semana passada chegou a divulgar estimativa de custo total de R$ 828 milhões. Após ser questionado na segunda-feira (5) pela equipe de reportagem, que solicitou o detalhamento dos gastos, o valor foi revisto para os atuais R$ 788.

Nas gestões anteriores, a estimativa média de gastos era de aproximadamente R$ 500 milhões. Em 2015, o então ministro Renato Janine Ribeiro afirmou que o custo médio da aplicação da prova por aluno era de R$ 52. No histórico da série, o valor de R$ 52 foi verificado em 2012, já considerando o abatimento das inscrições no custo.

Custo médio por aluno no Enem (Foto: Arte/G1)

Custo médio por aluno no Enem (Foto: Arte/G1)

A atual gestão do MEC defende que, apesar de ter a maior previsão de gastos, também conta com a previsão de diminuir o custo por aluno. A atual edição tem o segundo maior total de alunos inscritos. “Mesmo a dotação orçamentária de 2016 sendo maior que a do ano anterior, em virtude do aumento do número de inscrições, cerca de 1 milhão a mais e implantação de novos recursos de segurança, temos uma diminuição no valor per capita para o Enem 2016”, afirma o MEC.

Evolução nas inscrições do Enem (Foto: Arte/G1)

Evolução nas inscrições do Enem (Foto: Arte/G1)

Gestão anterior ressalta corte de custos
Em nota, o ex-ministro Aloizio Mercadante ressaltou que “no ano passado, o fim da impressão dos cartões de confirmação e a redistribuição do total de alunos por sala de aula permitiu economia de R$ 46 milhões.”
Além disso, defende que “o custo do Enem, em 2015, foi de cerca de R$ 63 por aluno, valor bem inferior aos R$ 100 por aluno, no mínimo, do vestibular tradicional”.
“Os dispositivos de segurança do Enem, como os detectores de metal nos banheiros e selos de segurança dos malotes, já foram adquiridos durante o governo da presidenta Dilma Rousseff. (…) Além disso, na gestão de Mercadante, a identificação biométrica dos participantes estava sendo desenhada de forma a não gerar impactos financeiros no Enem”, informou em nota.

Exame em revisão
A atual gestão do MEC planeja mudar o formato do exame em 2017, mas garante que as provas de novembro seguirão o modelo tradicional. Apesar de ter anunciado a intenção, a presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Maria Inês Fini, disse nesta quinta-feira (8) que o objetivo será resgatar a característica do exame de avaliar a situação do ensino médio.
“O exame não pode continuar sendo, com essa envergadura, um exame nacional de seleção para o ensino superior. A gente quer um exame que qualifique o desempenho e que inclua todos, onde os jovens não percam as vantagens que tiveram com o Enem, mas que ao mesmo tempo possa sinalizar para o ensino médio mudanças significativas ou aprofundamentos de currículo”, disse Maria Inês.

Cartão de confirmação
O Enem, que será realizado em 5 e 6 de novembro, será aplicado em 1.727 municípios em 17 mil locais de prova, segundo o Inep. Neste ano, a taxa de inscrição subiu de R$ 65 para R$ 68. E, assim como no ano anterior, o cartão de confirmação não será enviado pelos Correios para cortar custos. Os candidatos deverão consultar no site do Enem (enem.inep.gov.br) o local onde farão as provas.

Números do Enem

  • 8.732.184 inscritos
  • 16 milhões de provas impressas
  • 1.727 municípios de aplicação
  • 17 mil locais de prova
  • 77 mil malotes
  • 6,1 mil rotas de distribuição
  • 1.772 coordenadores estaduais e municipais
  • 33.336 mil coordenadores de local de aplicação e assistentes
  • 476.040 chefes de salas e aplicadores
  • 20 mil aplicadores especializados
  • mil coordenadores de unidades prisionais e educativas

Neste ano, as provas serão realizadas nos dias 5 e 6 de novembro. No primeiro dia, sábado, o candidato terá 4 horas e 30 minutos para responder questões de ciências humanas e de ciências da natureza. No domingo, ele terá 5 horas e 30 minutos para as perguntas de linguagens, códigos e suas tecnologias, matemática e redação.

Os portões serão abertos às 12h e fechados às 13h, no horário de Brasília. As provas começarão, nos dois dias, às 13h30. Os gabaritos oficiais das questões objetivas serão divulgados pelo Inep até o dia 9 de novembro. Já os resultados ainda não têm data marcada para serem apresentados.