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Estudantes chamaram Mendonça Filho de ‘golpista’; deputados defenderam.
Ministro disse que orçamento da pasta é limitado, mas não sofrerá redução.

Estudantes protestam em comissão da Câmara contra o ministro da Educação, Mendonça Filho (Foto: Sara Curcino / G1)

Estudantes protestam em comissão da Câmara contra o ministro da Educação, Mendonça Filho (Foto: Sara Curcino / G1)

O ministro da Educação, Mendonça Filho, foi alvo nesta terça-feira (5) de um protesto de manifestantes contrários à gestão dele, durante reunião da Comissão de Educação da Câmara dos Deputados. Mendonça Filho foi à comissão para discutir seus planos para a pasta.

O ministro foi chamado de “golpista” pelos estudantes. Após o protesto, deputados integrantes da comissão aplaudiram Mendonça Filho em sinal de apoio.

O presidente da Comissão de Educação, deputado Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP) ameaçou chamar a segurança porque os manifestantes gritavam continuamente palavras de ordem contra o ministro. O parlamentar permitiu, então, a permanência dos militantes no plenário desde que o protesto se limitasse a exibição de cartazes.

O protesto envolveu estudantes, servidores e professores dos movimentos Comitê Pró-Democracia e Juntos e membros da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag). Para os manifestantes, Mendonça Filho não defende políticas de inclusão.

O ministro reconheceu os limites orçamentários do setor e colocou em discussão temas, que, segundo ele são “nevrálgicos” como formação de professores, alfabetização e salário dos profissionais da área.

“Não há espaço para redução de recursos na Educação. Os recursos atuais não são suficientes para uma transformação verdadeira. Estarei na mesma luta de todos que se mobilizam com esta mesma posição”, afirmou Mendonça Filho.

Deputados
Para o deputado Glauber Braga (RJ), do oposicionista PSOL, o ministro da Educação a gestão de Mendonça Filho representa uma série de “ameaças” às políticas educacionais.

O deputado, que durante a sessão se dirigiu a Mendonça Filho como “ministro interino”, discorda do teto estabelecido pelo governo nos gastos com saúde e educação.

No fim de maio, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, anunciou uma proposta de estabelecer um teto para o crescimento dos gastos públicos, entre os quais os de saúde e educação, limitado à inflação do ano anterior.

Onyx Lorenzoni (DEM-RS), do mesmo partido de Mendonça Filho, saiu em defesa do ministro. “O governo [Temer] é legítimo, como a Constituição determina. O senhor [Mendonça Filho] é ministro interino, mas em breve será permanente, para tirar o Brasil desse abismo em que foi colocado pelo governo anterior”, declarou o deputado.

CPI da UNE
Integrantes do grupo intitulado União Democrática Acadêmica (UDA) também compareceram à comissão, para reivindicar a instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da  União Nacional dos Estudantes (UNE).

“A obscuridade da gestão da UNE precisa ser investigada. O governo petista deteriorou o ensino e incentivou a partidarização da educação”, disse o presidente da sessão de Brasília da UDA, Thiago Gardin.

O objetivo da proposta de CPI é apurar supostas irregularidades no uso de recursos por parte da UNE. A CPI foi autorizada pelo presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), mas a tramitação para instalação da comissão não avançou na gestão do presidente em exercício da Câmara, Waldir Maranhão (PP-MA). O deputado Orlando Silva (PCdoB-SP) acionou o Supremo Tribunal Federal (STF) para tentar barrar a instalação da CPI.