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“O Mapa da Violência 2012 – Crianças e Adolescentes do Brasil” publicado nesta quarta-feira, dia 18, faz um relatório minucioso das mortes envolvendo crianças e adolescentes no Brasil. O relatório põe Sergipe como o terceiro Estado menos violento do Nordeste, embora mostre que houve nos últimos dez anos um aumento substancial dos crimes contra as crianças e adolescentes nos nove estados da região, com a diminuição dos índices em estados do Sudeste e Sul do País. Sergipe, mesmo estando entre Bahia e Alagoas, que apresentam um crescimento exponencial das mortes envolvendo o público infanto-juvenil, se coloca entre um dos estados do Norte e Nordeste com menor crescimento.

Segundo o relatório, baseado em dados do Sistema de Informações de Mortalidade (SIM) da Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS) do Ministério da Saúde (MS), no Nordeste, Sergipe, com uma taxa de 11,2, fica atrás apenas do Maranhão (6,8) e Piauí (3,6) nos casos de mortes de crianças e adolescentes para cada 100 mil habitantes. Estados como a Bahia (23,8), Alagoas (34,8) e Paraíba (21,6) alcançaram o aumento considerável, com taxas percentuais, no caso da Bahia, que chega a 580%.

Segundo o secretário da Segurança Pública de Sergipe, delegado João Eloy, embora tenha sido registrado um aumento nos últimos anos, Sergipe, considerando o cenário Nordestino e brasileiro, ainda está em uma situação analisada por ele como “controlada” e que o Estado tem se esforçado para combater o grande vilão que engrossa estes dados nos estados nordestinos: o tráfico de entorpecentes.

“Diríamos que estamos entre duas áreas de conflito que são Bahia e Alagoas, com índices que realmente chamam a atenção. Estamos entre a Bahia e Alagoas e bem próximo de Pernambuco e Paraíba, que apesar de terem diminuído, ainda estão com taxas ainda bem altas”, frisou Eloy, lembrando que políticas públicas eficazes fizeram com que o Estado de Pernambuco contabilizasse uma redução importante nos últimos anos, embora haja ali taxas de homicídios ainda consideradas altas.

A análise do secretário chama a atenção porque, segundo a SSP, várias dessas mortes mantêm relação intrínseca com o transporte e recepção de drogas do Sudeste – sobretudo o crack oriundo de São Paulo –, para os estados do Nordeste. “O público infanto-juvenil, infelizmente, passou a ter funções cada vez mais fundamentais no comércio e distribuição do crack”. A colocação de Sergipe como terceiro Estado onde menos se registra mortes de crianças e adolescentes.

Ranking

Sergipe registrou um aumento em dez anos de 31,9% nos casos de homicídios envolvendo jovens, mas ele melhorou em três posições no ranking elaborado pelo relatório, caindo 14% na posição para a 17% entre as unidades federativas. Bahia, Alagoas e Paraíba, saíram, respectivamente, de 23º, 10º, 17º, para 3º, 1º e 6º lugares na ordem dos Estados com mais homicídios.

O que também chama a atenção de maneira positiva é a análise feita pelo Mapa relacionada aos casos de homicídios envolvendo menores de 19 anos na última década em relação a capitais. Se levarmos em conta a taxa de homicídios por 100 mil habitantes e a população em cada capital dos Estados nordestinos, Aracaju é a segunda do Nordeste onde menos ocorreu homicídios de jovens em 2010, com uma taxa de 19,2, perdendo apenas para Teresina, capital piauiense, com 10,9%. Maceió (AL) e Salvador (BA) têm uma taxa, respectivamente, de 79,8% e 58%.

As tabelas também mostram que enquanto capitais como Natal, com um aumento de 837,5%, e Salvador, com 669%, Aracaju após dez anos se mantém com os mesmos 34 casos registrados no ano de 2000, apesar da população ter aumentado no período de 460.898 habitantes para 570.937, um aumento populacional de 24%.

Estes números põem a capital sergipana como a sétima menos violenta do País. Além disso, entre as 100 cidades consideradas como mais violentas do Brasil, não aparece nenhuma sergipana. Só Pernambuco e Bahia, juntos, engrossam a lista com 27 municípios em situação considerada crítica.

Combate ao tráfico

Como o foco do trabalho repressivo tem sido o combate ao tráfico de entorpecentes, a SSP criou unidades especializadas nas polícias Civil e Militar que agregam a cada ano resultados mais robustos na guerra contra o tráfico de drogas.

Com a criação do Departamento de Narcóticos (Denarc), o Grupamento Especializado Tático de Motos (Getam) e o Grupamento de Ações Táticas do Interior (Gati), além das unidades já existentes de ambas as polícias, foram apreendidas mais de 2,9 toneladas de drogas desde 2008. Nesse período, a polícia prendeu 1.656 traficantes e instaurou 1.254 inquéritos policiais para investigar quadrilhas especializadas no tráfico de entorpecentes e, por tabela, continuará combatendo os crimes contra a vida e contra o patrimônio dos sergipanos.