Novo contrato restringe atividades práticas ao hospital universitário.
Até então, também havia aulas no Paranoá, Itapoã e São Sebastião.
Estudantes de medicina da Universidade de Brasília fecharam por cerca de meia-hora a L2 Norte na manhã desta quarta-feira (16) em protesto contra alterações nos contratos de ensino com a Secretaria de Saúde, que passaram a restringir as atividades práticas apenas ao Hospital Universitário (HUB). O G1 procurou a pasta, mas não recebeu retorno até a publicação desta reportagem.
Até então, o grupo fazia as aulas de forma dividida: atenção primária (ações de prevenção em centros de saúde e Unidades Básica de Saúde, como vacinação e Programa Saúde da Família) e secundária (detecção precoce de doenças, com rastreamento de cânceres e outros exames) nas regionais do Paranoá, São Sebastião e Itapoã. A atenção terciária (tratamento, já para evitar a progressão de doença) e quaternária (áreas como transplantes, neurocirurgia, quimioterapia, radioterapia, cirurgia de retirada de tumores) no HUB.
Com cartazes, panfletos e rostos pintados, o grupo afirmou que as mudanças irão inviabilizar aprendizado dos alunos e o funcionamento do hospital universitário. O ato começou as 10h, com cerca de 150 pessoas. Da L2 Norte, o grupo segui para a Faculdade de Saúde.
“Os cenários de prática do currículo da medicina UnB estão sendo ameaçados por uma atitude arbitrária do governo do Distrito Federal”, diz o panfleto dos estudantes. “Não abriremos mão de um currículo de qualidade para o curso […], ainda mais quando a prestação de serviços à população vem sendo ameaçada.”
De acordo com o superintendente do HUB, Hervaldo Sampaio Carvalho, o novo contrato prevê aumento no número de consultas feitas na unidade. São, atualmente, 140 mil por ano. Ele também disse que o orçamento proposto pela Secretaria de Saúde não corresponde às exigências do aumento da demanda.
“Atualmente, o hospital recebe cerca de recebemos 2,5 milhões do governo federal, que é pago pela secretaria por se tratar do órgão responsável pelo SUS na região. Apesar de a nova proposta ser de R$ 5 milhões, as exigências de atendimento levariam os nossos gastos para cerca de R$ 7,5 milhões. É inviável para o HUB aceitar esse novo contrato, os gastos extrapolariam o orçamento”, disse.
Ainda de acordo com Carvalho, o último contrato com a secretaria venceu em junho de 2013. Desde então, o hospital e o governo negociavam o novo acordo de ensino.
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