O Conselho Universitário (CO) da Universidade de São Paulo (USP) – instância máxima de decisões da instituição – contrariou o parecer da Comissão de Orçamento e Patrimônio (COP) e manteve, nessa terça-feira, 24, a proposta de reajuste salarial de 3% para professores e funcionários. Foram 66 votos favoráveis, 17 desfavoráveis à proposta e 16 abstenções. O órgão que controla as finanças da USP havia sugerido que não fosse oferecido nenhum aumento por causa da crise financeira.
Pleiteando aumento de 12,34%, os servidores anunciaram que não devem aceitar a proposta e manterão a greve. O porcentual também já havia sido negado por professores, que reivindicam os mesmos 12,34% dos técnicos, referente a correção de inflação e de “perdas históricas” ao longo dos anos. A pauta também inclui o compromisso da universidade em não “desvincular” o Hospital Universitário, não fechar creches e não terceirizar os bandejões.
Para o presidente do Sindicato dos Trabalhadores da USP (Sintusp), Magno Martins, a votação do conselho foi uma “farsa”. “Quando saiu o parecer da COP, com 0% de reajuste, a gente percebeu que era uma estratégia para tentar vender uma crise na USP e, assim, parecer que a proposta de 3% era boa. Nós vamos continuar a greve”, disse.
Segundo o membro do Conselho Universitário professor Helio Salgado, da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, a proposta de 3% é um sinal de que o Conselho está disposto a negociar. “A proposta foi feita pela universidade com muito sacrifício, é um gesto político de boas intenções”, disse Salgado.
De acordo com dados da Comissão de Orçamento e Patrimônio (COP) da USP, informados pela própria instituição, o impacto do reajuste sobre a folha de pagamento será de R$ 82,4 milhões neste ano e resultará em comprometimento de 103,89% do orçamento da USP. Com a concessão do reajuste, ainda segundo a USP, a projeção é de que a reserva financeira da universidade se reduza de R$ 592 milhões para R$ 509 milhões ao final de 2016.
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