Evento ocorreu na manhã deste sábado (14) na Escola de Engenharia.
Grupo tem como objetivo desenvolver tecnologias aplicadas ao setor.
Alunos da Universidade de São Paulo (USP), em São Carlos, lançaram neste sábado (14) uma sonda experimental à estratosfera. A missão, que foi batizada como ‘Garatéa’, faz parte de um projeto do grupo Zenith, formado por estudantes de graduação da Escola de Engenharia da USP (EESC-USP), que realizam trabalhos extracurriculares na área de engenharia aeroespacial.
O grupo tem como proposta desenvolver e difundir tecnologias aplicadas ao setor aeroespacial para estimular e ampliar a visibilidade dessa área do Brasil. O objetivo do lançamento da sonda, que foi levada por um balão meteorológico com gás hélio, é expor microorganismos extremófilos em condições extremas para analisar sua capacidade de sobrevivência e os danos moleculares sofridos.
Lançamento
A missão dos estudantes era assegurar que o experimento fosse controlado e exposto ao ambiente severo da estratosfera, a 32 km de altitude, lidando com condições extremas muito similares às encontradas em órbita.
O equipamento conta com três sensores de radiação ultravioleta e contadores de radiação ionizante, como sensores ordinários, barômetro, termômetro e acelerômetro. Devido à baixa pressão nessa altitude, o balão com gás hélio se romperá quando atingir o ponto esperado, e a sonda fará o retorno com segurança por meio de um paraquedas desenvolvido especialmente pelo grupo.
A expectativa é que o equipamento retorne ainda nesta tarde, próximo a região do município de Casa Branca.
Importância do experimento
O trabalho é orientado pelo professor do Departamento de Engenharia Mecânica da EESC-USP Daniel Varela Magalhães. Segundo ele, é importante realizar o experimento para mostrar que existe a capacidade de construção e recuperação do módulo.
“Tudo isso tem um grande trabalho de engenharia com mérito total dos alunos. É importante que o exercício de todos os conhecimentos de engenharia adquiridos nos cursos da universidade sejam colocados em prática. Isso é um exercício fantástico da profissão que eles vão exercer no futuro”, avaliou.
Douglas Galante, pesquisador do laboratório Nacional de Luz Sincrotron no Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materias (CNPEM), ressaltou que a equipe montou o experimento para testar os limites físicos da vida nessas condições.
“Mandamos uma série de microorganismos extremamente resistentes a fatores de estresse, baixa pressão, baixa temperatura, alta incidência de radiação e pouca disponibilidade de água. Basicamente um ambiente extremamente agressivo á vida e nenhum organismo normal iria sobreviver nessas condições, mas eles são capazes de sobreviver”, explicou.
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