Eles também reivindicam cota étnico-racial e aumento da moradia. estudantil.Em nota, universidade informou que foi ‘surpreendida pela ocupação’.
Os seguranças terceirizados permaneceram no lado de fora do edifício. Entenda melhor os cortes que serão feitos na universidade.
Surpreendida, diz Unicamp
Em nota, a Unicamp informou que foi “surpreendida por volta das 23h de terça-feira (10) com a ocupação de suas instalações, que incluem as pró-reitorias, no campus de Campinas”.
A reitoria informou que: “desconhece a motivação do ato e estranha que a ocupação tenha ocorrido sem qualquer reivindicação prévia por parte dos manifestantes”.
A estadual de Campinas ressaltou que avalia o quadro a fim de tomar medidas cabíveis. A universidade alega que as atividades de ensino, pesquisa e extensão funcionam normalmente.
Redes sociais 1
Na internet, os estudantes publicaram vídeos de uma manifestação com centenas de pessoas antes da ocupação do prédio da reitoria.
Eles gritavam: “ocupa tudo”. Os universitários foram procurados pela EPTV, afiliada da TV Globo, mas não quiseram gravar entrevistas. Não há previsão de quando o prédio será desocupado.
Redes sociais 2
Nas redes sociais os alunos publicaram um texto explicando os motivos do ato e as reivindicações. Disseram ainda que a internet da reitoria foi cortada. Leia abaixo o manifestado dos alunos:
Nós, estudantes da UNICAMP reunidos nesse dia 10 de maio em assembleia geral com cerca de 1000 pessoas, decidimos construir a greve geral e ocupamos a reitoria da universidade sob o mote “COTAS SIM, CORTES NÃO! CONTRA O GOLPE E PELA EDUCAÇÃO, PERMANÊNCIA E AMPLIAÇÃO”.
O reitor, Tadeu, anunciou no dia 28 de abril um plano de “contingenciamento” que na prática significará o corte de cerca de R$ 40 milhões do orçamento da UNICAMP. Esse corte congelará os concursos, a contratação de professores e funcionários e afetará a carreira docente. A continuidade das obras, a manutenção de prédios e o atendimento à infraestrutura da universidade serão paralisados.
Muitos institutos, faculdades e também os colégios técnicos ligados à UNICAMP, o COTUCA e COTIL, serão afetados, com destaque para a área da saúde que terá cortes de gastos nos plantões e a reposição de médicos e enfermeiros será reduzida. Serviços como transporte fretado e cópias de impressão serão parcialmente cortados e já acontecem novas demissões de trabalhadores terceirizados, que já têm um trabalho ultra-explorado e salários injustos.
Se depender do plano da reitoria a moradia estudantil, que foi conquistada pela luta dos estudantes, mas há vinte anos não atende a demanda, terá seus problemas aumentados (hiperlotação, falta de camas, curtos na rede elétrica, infiltrações etc.) e a ampliação não acontecerá, ao contrário das falsas promessas do Tadeu. As bolsas que garantem a permanência dos estudantes serão reduzidas, inclusive aquelas que (absurdamente) exigem a contrapartida do trabalho.
O corte fortalece também o racismo estrutural da universidade, mantém a restrição do acesso da juventude negra à UNICAMP, que continua sendo a “diferentona”, por não possuir uma política de cotas étnico-raciais. Não aceitaremos nenhum desses ataques, por isso ocupamos a reitoria e queremos que todas as nossas reivindicações sejam atendidas!
Entendemos que este corte é uma medida preparatória para um projeto maior de precarização, privatização e desmonte da universidade pública, imposto pelo governo do estado, conciliado com as reitorias e a mais alta burocracia das estaduais paulistas.
Mas não deixaremos que precarizem as nossas condições de estudo, pesquisa e nem as de trabalho! Por isso queremos nos unificar com os estudantes da USP, da UNESP e os secundaristas das escolas estaduais e ETECs de São Paulo, bem como a todos os trabalhadores, contra os ataques das reitorias e do governo Alckmin, que rouba merenda e manda sua polícia bater em estudantes que lutam, enquanto destrói a educação de todo o estado.
Se Tadeu e Alckmin vêm quentes com seus ataques, nós gritamos que a nossa luta só começou e já estamos fervendo!!
Ocupação da semana passada
Estudantes da Unicamp em Campinas ocuparam a Faculdade de Educação na noite do dia 4 de maio para protestar contra o corte de verbas na ordem de R$ 40 milhões, mais moradia para estudantes e cotas sociais aos universitários.
O prédio foi desocupado no dia 6.
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