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O número de homicídios dolosos, aqueles em que há intenção de matar, voltou a cair em Curitiba e o primeiro semestre deste ano foi menos violento do que o mesmo período de 2011. Nesses primeiros seis meses, foram 304 assassinatos intencionais contra 358 do ano passado – queda de 15%. Apesar da redução na capital, o governo ainda está longe de atingir sua meta de redução da violência no estado. Em 2012, foram registrados 1.552 homicídios dolosos no Paraná contra 1.531 no ano anterior – aumento de 1%. Com isso, a taxa de homicídios por 100 mil habitantes no estado ficou em 28,4 contra uma meta de 25,81 para este ano.

Segundo o secretário da Segurança Pública, Reinaldo de Almeida César, a redução da violência em Curitiba está ligada à instalação das Unidades Paraná Seguro (UPS), mas as causas vão além da ocupação policial de bairros violentos. “UPS não é panaceia para todos os males. Essa redução [na capital] também está ligada à motivação de comando, reestruturação das unidades policiais e planejamento”, diz.

Visão semelhante tem o sociólogo André Giamberardino, professor de Direito da Uni­versidade Federal do Paraná (UFPR) e membro do Centro de Estudos em Segurança Pública e Direitos Humanos. “Dizer que a UPS seria uma causa direta da redução da violência em tão curto prazo é uma conclusão política e não acadêmica. O mais importante são políticas públicas sociais permanentes, que não se confundem com a presença da polícia “regulamentando” todas as dimensões da vida cotidiana”, afirma.

Curitiba já recebeu sete UPSs, enquanto o interior ainda aguarda a chegada do projeto – o que deve ocorrer a partir de 2013.

Interior

É justamente onde as UPSs não existem que o cri­­me continua crescendo. No Litoral e no interior, o crescimento dos homicídios dolosos foi de 12% na comparação com 2011 (835 ante 746). O destaque negativo ficou com a região de Paranaguá, que registrou um espantoso aumento de 175%. Almeida acredita que esses números possam ser sazonais, mas mostra preocupação com duas regiões específicas: Londrina (Norte do estado) e Cascavel (Oeste).

Na primeira, o aumento dos homicídios dolosos chegou a 66% no primeiro semestre deste ano. Já em Cascavel, o aumento foi de 29%. “Tem algumas regiões que ligam o sinal de alerta e precisamos entender o que acontece nelas”, disse Almeida.

Outras 13 regiões (áreas integradas de segurança pública ou Aisp) do estado tiveram aumento nos casos de homicídios intencionais (veja mapa completo ao lado). Com isso, no primeiro semestre deste ano, o número de assassinatos dolosos no Litoral e interior foi maior do que o registrado na capital e cidades vizinhas (835 contra 717).

Já a Região Metropolitana de Curitiba, que historicamente apresenta altos índices criminais, também teve redução nos homicídios dolosos. A queda, porém, foi modesta. Neste ano, a RMC registrou 413 casos contra 427 do primeiro semestre de 2011 – decréscimo de 3%.