Por Marina Baldoni Amaral
Na noite dessa quinta-feira (3), diretores do sistema Flacso, membros do Conselho Superior e o secretário geral da Flacso, Adrian Bonilla, que participam da reunião do Comitê Diretivo, no Rio de Janeiro, compuseram a mesa do Colóquio Internacional Os dilemas da desigualdade na América Latina.
A atividade, organizada pela Flacso Brasil, pelo Conselho Latino-Americano de Ciências Sociais (Clacso) e pelo Programa de Pós-Graduação em Políticas Públicas e Formação Humana da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (PPFH/UERJ), foi moderada pela diretora da Flacso Brasil, Salete Valesan Camba, e contou com a presença da comunidade acadêmica da Uerj.
Pablo Gentili, professor da universidade e secretário executivo do Clacso, abriu a mesa avaliando que, apesar de a América Latina ter vivido mais de um década de governos progressistas que “conseguiram avanços significativos nas políticas públicas” o continente continua sendo a região “mais desigual e mais violenta do planeta”.
O secretario executivo da Flacso, Adrian Bonilla, entende que “a década ganha na América Latina acabou”, e não é possível avaliar quando o ciclo de recessão no continente vai acabar. Para ele, “a recessão não é exclusivamente relacionada à eficácia dos governos ao lidar com a economia. É um problema que se constrói sobre o conjunto da economia global”.
“A igualdade não é só um desafio moral, é uma condição necessária para o desenvolvimento”, avalia Gerardo Caetano, membro do Conselho Superior da Flacso e professor da Universidade da República, do Uruguai. Caetano entende que na América Latina o problema da pobreza é um problema de desigualdade. Ele avalia que “Os padrões de distribuição de riqueza são a chave”, citando dados que demonstram que, se a região apresentasse o padrão de distribuição do sudeste asiático, teria 1/5 da pobreza que tem. Com o padrão africano, teria a metade da pobreza.
“Queremos sociedades mais igualitárias, com oportunidade de acesso a bens básicos”, disse Carmen Baramendi, diretora da Flacso Uruguai. Para ela, não é possível separar a justiça social da justiça ambiental e da justiça de gênero.
Também participaram da mesa Angel Flisfisch (Flacso, Chile), Iván Ogando (Flacso, República Dominicana), Reynaldo Jinénez (Flacso, Cuba), Rolando Sierra (Flacso, Honduras) e Theotonio dos Santos (PPFH/Uerj).
Recepção na Reitoria – Antes do Colóquio, os membros do Comitê Diretivo da Flacso foram recebidos pela vice-reitora da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), Georgina Muniz Washington, e pelas sub-reitoras de extensão e graduação, Elaine Ferreira Torres e Tania Maria de Castro Carvalho Neto. André Lazaro, professor da Uerj e coordenador do programa de Políticas de Educação Superior da Flacso Brasil, e Pablo Gentili também participaram do encontro.
O professor Theotonio dos Santos, do PPFH/UERJ, apresentou um breve panorama do atual contexto econômico e político no Brasil. Ele lembra que “há três anos o Brasil se apresentava como caso de êxito político e econômico”, e buscou explicar os processos políticos, jurídicos e econômicos pelos quais o país passa desde então.
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