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Cidade é uma das 70 do país no Mapa da Violência mais casos de agressão contra crianças e adolescentes

Hortolândia é um dos 70 municípios brasileiros classificados como “usinas na produção de violências contra crianças e adolescentes” pelo Mapa da Violência 2012, lançado ontem em Brasília pelo Cebela (Centro Brasileiro de Estudos Latino-Americanos). Para o Conselho Tutelar da cidade, a situação é mais grave do que a apresentada no estudo. Hortolândia é a única da RPT (Região do Polo Têxtil) apontada no mapeamento elaborado pelo sociólogo Julio Jacobo Waiselfisz. 

A lista que cita Hortolândia detalha municípios com um mínimo de 20 mil crianças e adolescentes na faixa etária de 1 a 19 anos com as maiores taxas de atendimento na rede de saúde pública por violência físicas ou sexuais, de acordo com notificações que constam na base de dados do Sinan (Sistema de Informação de Agravos de Notificação) do Ministério da Saúde. Os dados são relativos ao ano passado. 

Pelo mapeamento, a taxa de 46,3 casos de violência sexual em cada grupo de 100 mil crianças e adolescentes coloca Hortolândia na 43ª posição em localidades onde este tipo de crime ocorre de modo mais grave. Campinas aparece na lista, com taxa de 43,5, e a primeira do ranking é Rio Branco (AC), que registra índice de 151,5 casos a cada 100 mil pessoas na faixa etária pesquisada. 

Crianças com até um ano foram as principais vítimas de crimes sexuais em Hortolândia, de acordo com o estudo. Somente em 2011, o Sinan registrou 29 casos de vítimas nessa faixa etária na cidade. A segunda faixa mais atingida é de crianças com idade entre 1 e 4 anos. Foram 17 vítimas em todo o ano passado. 

Olhos Fechados
Para a coordenadora do Conselho Tutelar de Hortolândia, Valquíria Zocatelli Barbosa, a situação se reflete apenas parcialmente no mapeamento e é mais preocupante do que a representada. “A maioria dos casos passa pelo conselho, mas não temos recursos acompanhar todos eles”, aponta. A falta de pessoal e de estrutura seriam os problemas.

A conselheira ressalta que, mesmo com campanhas preventivas realizadas principalmente em escolas, não é possível combater os crimes do tipo contra crianças e adolescentes praticados no município. “Estão todos de olhos fechados para uma situação que é extremamente grave”, avalia, sobre falhas na atuação das famílias e de autoridades.

A coordenadora do Núcleo de Prevenção das Violências e Promoção da Saúde, de Hortolândia, Ana Lúcia Denadai Schmidt, minimizou a gravidade da situação e justificou a colocação da cidade no mapa pelo início do preenchimento de fichas de notificação de casos de violência contra crianças e adolescentes, do Sinan. Em nota, a pasta apontou que “muitas cidades não notificam” casos do tipo e que a Administração executa programas de prevenção e combate à violência.