Estudo coloca Brasil entre os quatro países com maiores taxas de homicídio de jovens
A edição 2012 do Mapa da Violência, série de estudos que traça um panorama das mortes e homicídios no país e que nesse último número volta-se ao tema ‘Crianças e Adolescentes do Brasil’, faz um grave alerta: em um ranking de 92 países do mundo, apenas El Salvador, Venezuela e Guatemala apresentam taxas de homicídio maiores que a do Brasil (44,2 casos em 100 mil jovens de 15 a 19 anos).
O grau elevado dessas taxas, segundo o coordenador do estudo, o pesquisador argentino Julio Jacobo Waiselfiz, mostram uma triste realidade: os países da América Latina são sociedades violentas e o Brasil vive uma “pandemia” de violência. Ao mesmo tempo, avalia o pesquisador, o crescimento dos dados indica uma melhora na cobertura médica legal do país, já que até os anos 90 cerca de 20% de óbitos não eram registrados e hoje esse índice caiu para 10%, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Nos dados específicos sobre a vitimização de crianças e adolescentes, o Mapa, que é editado pela Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (Flacso) e pelo Centro Brasileiro de Estudos Latino-americanos (Cebela), destaca, entre outros pontos, a mortalidade no trânsito e a violência sexual. No primeiro caso, entre 2000 e 2010, a taxa de mortalidade de jovens de 15 a 19 anos no trânsito cresceu 376,3% (de 3,7 para 17,5 casos em 100 mil). Com relação à violência sexual, o levantamento informa que foram registrados no Brasil, em 2011, 7.155 casos de estupro, dentre 10,4 mil casos de violência sexual (que incluem assédio e atentado violento ao pudor). A maioria das agressões foi praticada pelos próprios pais (além de padrastos) contra as filhas de 10 a 14 anos; ou por conhecidos próximos (como amigo ou vizinho) no caso de meninas de 15 a 19 anos.
Acesse o Mapa da Violência 2012, na íntegra, clicando aqui.
Denúncias em MinasConforme divulgado pelo site Agência Minas, na última segunda (23), os crimes contra crianças e adolescentes continuam como os mais denunciados no Disque Direitos Humanos (0800-031-1119), no estado. Das 1.921 denúncias recebidas no primeiro semestre deste ano, 1.208 foram para relatar a violência contra esse público. A violência física dentro da própria família, bem como a negligência e o abandono representam os casos mais recorrentes, com 469 e 392 denúncias, respectivamente. O último relatório do serviço também apresenta um número expressivo de relatos sobre crimes sexuais. Foram 191 entre abuso, exploração e violência sexual, dentro e fora das famílias.
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