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As crianças e os adolescentes de Fortaleza têm morrido três vezes mais por homicídio do que há dez anos. Entre 2000 e 2010, a capital cearense subiu da 21ª para a 6ª posição em número de homicídios contra jovens. A taxa subiu de 13,4% para 41,1%. No mesmo período, a variação estadual do índice se apresentou superior às médias regional e nacional. O Ceará registrou aumento de 148,8%, o que posicionou o estado na 7ª colocação do País. 

A cada 100 mil crianças e adolescentes na idade entre 1 e 19 anos no Ceará, 16 são assassinados. A média é superior ao número nacional (13,8 mortes), mas inferior ao regional (17,8). Em 2000, os óbitos dos jovens do Ceará por homicídio eram seis, enquanto no Brasil eram a metade. Os dados foram divulgados ontem pela pesquisa Mapa da Violência 2012 – Crianças e Adolescentes.

Organizado pela Faculdade Latino-americana de Ciências Sociais (Flacso) e pelo Centro Brasileiro de Estudos Latino-americanos (Cebela), o diagnóstico aponta números referentes a homicídios, suicídios, violência sexual, acidentes por trânsito, dentre outros. Na mesma pesquisa, três cidades cearenses aparecem no ranking dos 100 municípios brasileiros – com pelo menos 20 mil crianças e adolescentes – que registram as maiores taxas de homicídio.

Maracanaú, na Região Metropolitana de Fortaleza e com 74.884 habitantes, é o 23º colocado. A cada 100 mil crianças e adolescentes do município, 34 são mortos por homicídio. Fortaleza vem na 34ª posição, com 320 óbitos por homicídio a cada 100 mil jovens, e o Crato aparece na 96ª colocação, com 11 mortes.

Para a presidente do Conselho Municipal de Defesa dos Diretos da Criança e do Adolescente (Comdica), Núbia Pena, os índices da pesquisa revelam um “momento difícil”, principalmente no que tange à educação. “A mãe, elemento catalisador, sai para trabalhar e a criança fica na escola. Mas quando a criança sai, acaba ficando na rua. Então ela vira uma presa fácil de quem está querendo aliciar. Em um segundo momento, o Estado teria que prover escolas de tempo integral”.

Segundo Núbia, uma das razões para as elevadas taxas de homicídios contra jovens em Maracanaú são os bolsões de pobreza presentes na região de divisa. Núbia destaca Aracaté e Alto Alegre como as regiões de maior vulnerabilidade. “A política chegou mais tarde lá. Aquelas crianças estão nas mãos do traficante. É uma batalha desigual”, lamenta.

 

ENTENDA A NOTÍCIA

 

Por ocasião dos 22 anos do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), o Mapa da Violência 2012 foi publicado para analisar números de violência contra jovens em todo o território nacional. O Brasil é hoje o 4º país do mundo em taxas de homicídios contra crianças e adolescentes.

 

Serviço
Mapa da Violência 2012 – Crianças e Adolescentes
Para ler a pesquisa na íntegra:
http://www.mapadaviolencia.org.br/pdf2012/MapaViolencia2012_
Criancas_e_Adolescentes.pdf
 

Multimídia
A pesquisa sobre mortes de jovens no Ceará e no Brasil nos últimos 30 anos é o Tema do Dia na cobertura de hoje dos veículos do Grupo de Comunicação O POVO. Confira:

Para escutar – Na rádio O POVO/CBN (AM 1010), o tema será discutido no programa Grande Jornal, das 9 às 11 horas.

Para ver – Assista à reprise do Grande Debate sobre esse tema hoje, às 13 horas, na TV O POVO pelos canais 48 (UHF), 23 (Net) e 11 (TV Show). Você pode ver o programa também na página da TV O POVO no Youtube (www.youtube.com/user/tvopovo)

 

O POVO Online (www.opovo.com.br/fortaleza).