Em conversa com O GLOBO, docente reconheceu o erro e enfatizou que frase não o representa
RIO – O comentário de um professor da Faculdades Integradas Helio Alonso (Facha), no Rio, criou polêmica nas redes sociais. Tudo começou com uma publicação, num grupo fechado para estudantes e alunos da instituição, que perguntava aos membros o que eles achavam da campanha “Homens que amamos”, da marca de esmalte Risqué, cujos produtos foram batizados com nomes como “André fez o jantar”, “Leo mandou flores” e “Guto fez o pedido”. Muitos integrantes do grupo responderam; Entre eles, o docente Pedro Murad escreveu:
“Pena que é um trabalho acadêmico… Eu sugeriria você colocar que isso é falta de sexo mesmo! (pra não dizer falta de pau)”.
A postagem do professor gerou repercussão e uma nota de repúdio assinada por diversos coletivos feministas. Em resposta, o professor afirmou ao GLOBO que não tinha percebido que era um grupo ligado à universidade, que nunca utilizou a rede social para outros fins que não a interação com seus amigos e que a resposta não passa de uma brincadeira que não representa o que ele acredita.
– Eu nunca usei o Facebook dentro do contexto da Facha, como professor. Foi um comentário equivocado. Achei que estava conversando com amigos, estava falando como Pedro, em um contexto de brincadeira. Não como professor. Além disso, o que está lá não representa o que eu penso. A galera que criticou mereceu uma retratação por minha parte. Fiz um texto e publiquei no mesmo grupo onde foi postado o comentário pela primeira vez – afirmou Pedro.
Na nota de repúdio da Pagu – Núcleo Feminista da Facha, a publicação do professor é criticada pelo desrespeito com as mulheres.
“Cremos ser inadmissível que um docente de uma instituição de ensino superior, que confiamos junto ao corpo acadêmico a nos fornecer conhecimento e formação intelectual, reduza uma questão séria, concernente a um curso ministrado na Facha, à uma frase simplista. Estamos extremamente decepcionadas com tal afirmação, uma vez que, diante de uma pesquisa sobre desigualdade de gênero, o professor recorre aos mesmos recursos preconceituosos e justifica pela falta de falo a razão para tal questão. Senhor professor, as mulheres, portanto, estão inaptas biologicamente a serem respeitadas por si próprias, uma vez que não nasceram com tal “pau” que o senhor sugere? Precisamos de relações sexuais com o sexo masculino para, assim, não nos manifestarmos?”, questiona a nota.
Em contato, a Facha não respondeu sobre o episódio.
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