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Alunos confessaram esquema e deram detalhes para a Polícia Federal.
UFU irá tomar medidas administrativas contra a fraude.

Fernanda Vieira
Do G1 Triângulo Mineiro

Alunos da UFU foram detidos e vão responder pelo crime (Foto: Vanessa Pires/G1)

Alunos da UFU foram detidos e vão responder
pelo crime (Foto: Vanessa Pires/G1)

Um grupo de sete estudantes da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) é investigado sob a suspeita de invadir o sistema interno da instituição para alterar notas. Segundo as informações da Polícia Federal (PF), quatro dos suspeitos iriam completar o tempo limite da graduação e não poderiam mais continuar no curso caso não concluíssem as disciplinas neste ano.

Os universitários têm entre 20 a 25 anos e são dos cursos de Educação Física, Ciência da Computação, Direito e Engenharia Elétrica. Eles foram ouvidos, confessaram o crime e foram liberados. A UFU informou que medidas administrativas serão tomadas e que poderá haver advertência e expulsão.

De acordo com o delegado-chefe da PF, Carlos Henrique Cotta D’Ângelo, as investigações duraram cerca de dois meses após a instituição desconfiar da fraude. Nesta terça-feira (2), foram cumpridos seis mandados de busca e apreensão e seis mandados de condução coercitiva em Uberlândia e Uberaba. “Eles foram interrogados e revelaram como era feita a fraude. Um deles admitiu que era quem fazia a alteração de notas para os demais, sem pedir nada em troca”, contou.

Estudante de Direito alterou nota de Ética Geral (Foto: Reprodução/TV Integração)

Estudante de Direito alterou nota de Ética Geral
(Foto: Reprodução/TV Integração)

A polícia identificou que os suspeitos são amigos. O estudante do curso de Ciência da Computação descobriu uma brecha no sistema e há cerca de um ano estava fraudando as notas. Conforme informou o delegado-chefe, o computador pessoal dele foi apreendido para auxiliar a polícia nas investigações.

Um dos estudantes chegou a alterar 14 notas. Entre elas, o estudante de Direito modificou a da disciplina de Ética Geral. O delegado informou, ainda, que a falha no sistema já foi detectada e corrigida pela instituição. “Em posse do material levantado pela polícia, a UFU provavelmente deve promover um processo administrativo que pode culminar na expulsão dos alunos”.

Depois de serem ouvidos na presença de uma advogada, o grupo foi liberado e será indiciado pelos crimes de invasão de sistemas informatizados e formação de quadrilha, cuja pena pode chegar até quatro anos de prisão.

Punição da Universidade
Em nota, a UFU informou que tomou conhecimento do ataque de hackers ao sistema eletrônico de notas da instituição no início do ano, final do segundo semestre de 2014. Após fazer todos os levantamentos, a instituição informou à Polícia Federal o nome de sete alunos.

Ao ser deflagrada a operação que constatou a fraude, na manhã desta terça-feira (2), a gestão da UFU se reuniu com os coordenadores dos cursos para tomar os procedimentos administrativos cabíveis. Nesta reunião, uma das medidas tomadas será reprovar os respectivos alunos, em todas as disciplinas cujas notas foram alteradas.

Ainda, no âmbito administrativo, a Comissão Permanente de Sindicância e Inquérito Administrativo (COPSIA) da universidade vai abrir um procedimento para detectar o grau de envolvimento de cada  estudante, o que pode gerar de advertência até expulsão.