Em sua nona edição, o Seminário Nacional de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais, que este ano acontece no dia 15 de maio na Câmara dos Deputados, em Brasília, pioneiramente abre espaço no Congresso Nacional para uma discussão sobre sexualidade na infância e na adolescência, papel de gênero e ‘bullying’.
Com o lema “Respeito à Diversidade se Aprende na Infância” e o tema “Sexualidade, Papéis de Gênero e Educação na Infância e na Adolescência”, o evento olhará amplamente para essa questão, ouvindo o campo do direito, da psicologia e da educação, com o objetivo de recuperar a discussão que foi soterrada do projeto “Escola Sem Homofobia”, abrindo o diálogo com outros setores da sociedade civil, sobretudo o campo da educação.
Organizado pelas Comissões de Direitos Humanos e de Educação da Câmara, o seminário este ano também conta, pela primeira vez, com o apoio e organização de duas Frentes Parlamentares Mistas: pela Cidadania de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais e de Direitos Humanos da Criança e do Adolescente.
Participarão dos debates importantes nomes da academia, como Maria Berenice Dias, presidenta do Instituto Brasileiro de Direito de Família (IBDFAM), Lena Franco, do Instituto Ecos – Comunicação e Sexualidade e Coordenadora do Projeto Escola Sem Homofobia e Miriam Abramovay , coordenadora do projeto Violência e convivência nas escolas brasileiras, além de representantes do governo e de organizações internacionais como Unesco e Unicef.
Também participarão do evento relatando experiências pessoais e representando o movimento, João Nery, primeiro transhomem brasileiro e autor do livro “Viagem Solitária”, que vai descrever sua experiência sobre a influência da questão do papel de gênero em seu processo de educação, e Angélica Ivo, mãe do jovem Alexandre Ivo, torturado e morto aos 14 anos de idade por crime de homofobia nem São Gonçalo.
Debate na escola
Segundo o deputado Jean Wyllys (Psol-RJ), co-autor do requerimento do seminário ao lado da deputada Erika Kokay (PT-DF), abrir esse debate para a sociedade como um todo, mas principalmente aos agentes do setor da educação, é imprescindível nesse momento, principalmente dado o impacto negativo que o bullying tem na escola e no acesso ao direito à educação de qualidade.
Com três eixos temáticos, a programação do seminário terá as seguintes mesas: “Subjetividades e papéis de gênero (É possível falar em uma infância e adolescência gay?)”; “Educação, sexualidade e gêneros (O que os papéis de gênero têm a ver com a prática do bullying nas escolas?)”; e “Infância, adolescência e estado de direitos (Como estender as redes de proteção da infância e da adolescência aos meninos e meninas que fogem dos papéis de gênero?)”.
O Seminário LGBT do Congresso Nacional é uma atividade democrática que há oito anos garante, aos lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais (LGBTs) – segmento da população que representa, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), cerca de 10 milhões de brasileiros – um espaço para as discussões dos temas que lhe dizem respeito e para exposição de suas demandas e reivindicações políticas.
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