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Enrique Dussel faleceu neste 5 de novembro, na Cidade do México, aos 88 anos. Fundador das escolas da Filosofia da Libertação e da decolonialidade, o filósofo argentino-mexicano deixa um legado teórico e militante fundamental para o entendimento da América Latina como objeto de estudo e de intervenção social.

Na busca pela transcendência da versão eurocêntrica da modernidade, Dussel propôs a ideia de transmodernidade, um projeto ‘utópico descolonizador’, engendrado a partir do olhar epistêmico mestiço e latino-americano que defende, no lugar de uma modernidade eurocentrada e imposta como projeto global colonial/imperial, uma multiplicidade de propostas que se encontram localizadas – geograficamente, culturalmente e epistemologicamente – nas periferias do mundo.

Trata-se de revelar o potencial epistêmico dos povos que foram colonizados e que aportam diferentes projetos ético-políticos ao debate sobre a produção do conhecimento, a modernidade e seu ‘outro lado’: o racismo, genocídio, ecocídio, patriarcado e epistemicídio. A Flacso Brasil se solidariza com a família, amigos e com os/as pesquisadores/as de diferentes gerações que foram influenciados por seu pensamento.
Enrique Dussel (1934-2023).