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A Flacso Brasil se solidariza com os(as) familiares e amigos(as) de cada uma das mais de 400 mil vítimas da Covid-19 no país e lamenta a perda de tantas vidas. 
Nos unimos ao conjunto de instituições científicas, no campo das ciências humanas e sociais, no compromisso de compreender e enfrentar a pandemia e seus impactos, em especial para população brasileira e latino-americana.
Atualmente, a Flacso Brasil realiza pesquisas relacionadas à questão da pandemia de Covid-19. Conheça algumas delas:
Juventude e Pandemia
A pesquisa Trajetórias/práticas juvenis em tempos de pandemia da covid-19 tem como objetivo  problematizar e debater avanços das Ciências Sociais em relação à condição juvenil em contexto pandêmico. 
A investigação está sendo desenvolvida em sete países da América Latina (Argentina, Brasil, Chile, Equador, México, Cuba e Uruguai) e envolve uma equipe de 20 pessoas, entre estudantes de graduação e pós-graduação, sob a coordenação de investigadoras da Flacso de cada país. 
O trabalho busca conhecer trajetórias e práticas da juventude ao longo da pandemia da covid-19 em relação aos possíveis efeitos do distanciamento social imperativo, com destaque para suas sociabilidades, percepções, sentimentos, crenças, cuidado de si e do outro, violências, lazer, tecnologia,  trabalho, saúde, educação, entre outros.
É uma pesquisa de abordagem qualitativa, por meio de entrevista e, em alguns países, de grupo focal. Atualmente, é desenvolvida no formato online, com jovens de ambos sexos, estudantes ou não, trabalhadores ou não, de classes sociais diferentes, gênero e orientação sexual diversa, de zona urbana e rural.
O produto final será a publicação de um artigo tratando da configuração geral da pesquisa, e também de artigos comparativos sobre a condição juvenil latino-americana, tendo como referência os países participantes da pesquisa, cujo interesse evidencia a diversidade e a complexidade da condição dos(as) jovens na região.
Conheça o artigo já publicado pela equipe brasileira: Os jovens brasileiros em tempos de covid-19, que destaca “como as persistentes vulnerabilidades sociais, que afetam largas parcelas da juventude brasileira, foram aguçadas com a pandemia”.
A pesquisa é uma iniciativa da Flacso Brasil, sob a coordenação de Drª Miriam Abramovay,  coordenadora da Área de Juventude e Políticas Públicas, em parceria com o Instituto de Saúde da Secretaria de Saúde de São Paulo, tendo a frente a Drª Marisa Feffermann, e a Universidade Federal do Piauí, por meio da Drª Lila Luz.
Rede Latino-Americana SARS-Cov2 , poder e sociedade – RedSars2
O alcance global da pandemia do coronavírus impõe uma condição nova para a humanidade, na qual prevalecem a incerteza e a ameaça. Para explorar o desconhecido, é preciso unir forças, na tentativa de elevar o presente histórico ao pensamento. É nesta perspectiva colaborativa, regida por um princípio democrático, que a Rede Latino-Americana SARS-Cov2 , poder e sociedade foi criada, com o propósito de promover a investigação científica sobre os impactos de curto, médio e longo prazo do COVID-19 nas sociedades latino-americanas. 
Para tanto, a rede conecta pesquisadoras(es) das várias disciplinas das ciências humanas em torno de cinco eixos temáticos: governança multinível em saúde e segurança sanitária; corpo, poder e pós/descolonialidade; democracia, Estado e tendências; ambiente e sociedade; geopolítica e governança regional e global.
A Rede é uma iniciativa do Colégio Latino-Americano de Estudos Mundiais, programa da Flacso Brasil, e é coordenada pelo pesquisador Estevão Bosco (GEOPO/USP, Brasil), em colaboração institucional com o Laboratório de Geografia Política da Universidade de São Paulo (GEOPO/USP), a Universidade de Brasília (UnB), a Universidad Autónoma Metropolitana (UAM/México) e o GT CLACSO de Saúde Internacional.
Em nota, a Rede Latino-Americana SARS-Cov2 , poder e sociedade – RedSars2 lamenta as mais de 400 mil vidas perdidas para a pandemia no Brasil e enfatiza o papel-chave da ciência e do Estado no enfrentamento da COVID-19.
Confira a nota completa:
Com muito pesar lamentamos as mais de 400 mil vidas perdidas em nosso país. Apesar de nossa ignorância em relação ao SARS-CoV2, não faltaram avisos de epidemiologistas, no Brasil e no mundo, sobre a letalidade potencial que nos cerca. Chegar a 400 mil vidas perdidas, portanto, coloca-nos diante uma constatação: erramos. Políticas de risco preventivas, como em Hong-Kong, Singapura, Taiwan, Corea do Sul e Nova Zelândia, onde o contágio foi contido antes de se tornar comunitário; políticas de mitigação, como na maioria dos países da União Europeia, onde a transmissão comunitária foi controlada; e políticas de remediação, como nos Estados Unidos da América, onde a diminuição de casos graves e falecimentos é proporcional ao aumento da vacinação no país; todos esses exemplos demonstram que a pandemia apresenta um risco de natureza coletiva, que só pode ser enfrentado mediante a ação coordenada dos cidadãos, do Estado e do mercado.
Esses exemplos também enfatizam o papel-chave da ciência e do Estado no enfrentamento da COVID-19. Sem a ciência, ficamos cegos. Sem o Estado, resta-nos somente o escopo limitado da ação na esfera privada, com a consequência de que não logramos controlar o contágio e que o tecido social tende a dilacerar-se em um “salve-se quem puder”. A tragédia brasileira nos mostra, ademais, a relação de interdependência entre eles: sem o suporte do Estado, as soluções encontradas pela ciência custam a alcançar o conjunto da sociedade. Sabemos que não há saída sem máscaras, sem isolamento social, sem a interrupção temporária de atividades, sem vacinação. Entretanto, somente o Estado possui os recursos e a legitimidade para levar a cabo tais medidas.  
A marca de 400 mil vítimas também significa que, pela primeira vez, falecimentos superaram nascimentos; que, desde 1940, a expectativa de vida não diminuía; que desigualdades sócio-raciais se reproduzem até mesmo diante de uma ameaça de morte coletiva, com falecimentos entre pretos e pardos superando em 1,6 vezes os de brancos. Esses registros causam perplexidade, não apenas pelo sofrimento individual e coletivo que representam, mas também por sabermos que a tragédia anunciada era evitável. Em algum momento, teremos que olhar de frente para a responsabilidade moral e política que a COVID-19 nos coloca.