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Confira entrevista de Miriam Abramovay, coordenadora do Programa de Estudos e Políticas sobre a Juventude da Flacso Brasil, ao Jornal do Comércio.

A socióloga falou sobre violência escolar e medidas que podem ser adotadas para reduzir danos e conflitos violentos nas escolas. 

Com o objetivo de oferecer um guia para ação, com foco em iniciativas e compreensões que possam, de fato, produzir resultados, a Câmara Municipal de Porto Alegre lançou no final do ano passado, por meio da Comissão de Educação, Cultura, Esportes e Juventude (Cece) um protocolo de prevenção à violência nas escolas, o Previne. O documento é um conjunto de ações que visam preparar instituições de ensino, primeiro para que tenham um olhar atento e capaz de evitar os conflitos e, segundo, em não havendo condições para isso, para que sejam adotados mecanismos que reduzam os efeitos e riscos da violência a todos que convivem no ambiente escolar. Presente no lançamento do Previne, a socióloga paulista e coordenadora da área de juventude e políticas públicas da Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (Flacso), Miriam Abramovay, conversou com o Jornal do Comércio sobre a violência escolar e medidas que podem ser adotadas para reduzir danos e conflitos violentos nas escolas.
Jornal do Comércio – Como a escola deve lidar ou tentar identificar um aluno que apresenta um comportamento violento?
Miriam Abramovay – A violência está no cotidiano. Então não acho que a escola seja responsável por saber o que fazer com um jovem de perfil violento, mas acho que é a responsável por tentar detectar características violentas. O essencial é que as escolas sejam acompanhadas por uma rede de assistência social, de saúde, que possa tentar viabilizar outras alternativas. É necessário que haja mecanismos que auxiliem isso, senão fica muito difícil. Não acho que a escola possa resolver, mas ela pode tentar pensar em conjunto com uma rede de apoio para entender o que pode ser feito.
JC – Os programas de formação de professores podem dar subsídios necessários para lidar com a violência na escola?
Miriam – Penso que teriam que ser outros programas, não os que existem hoje. Há uma necessidade muito grande de formação com ênfase nos direitos humanos, em políticas que trabalhem a diversidade cultural nas escolas. Os programas precisam abordar temas que atraiam a juventude, temas que não são muito discutidos nas escolas. Infelizmente, temas vinculados ao cotidiano ainda não fazem parte do currículo.
JC – E quais seriam as alternativas adequadas?
Miriam – Acredito que tenhamos que recuperar o que temos hoje e propor novos programas de formação de professores nos estados e municípios.
JC – Qual a relação entre a violência social e a escolar?
Miriam – Pode não ter nada a ver. A escola apresenta por si mesma uma violência institucional e tem uma venda própria enquanto instituição. O que acontece na escola não obrigatoriamente tem a ver com o que acontece fora dela, embora problemas externos possam gerar consequências, o que nesse caso é chamado de extramuros.
JC – Como que a senhora avalia a implantação do ensino cívico-militar em algumas escolas brasileiras? Isso é um fator que pode inibir a violência?
Miriam – Militarizar a escola socialmente não é uma resposta para a questão da violência nas escolas.