fbpx

A socióloga Miriam Abramovay, coordenadora de Estudos e Políticas sobre a Juventude da Flacso Brasil​, participou da Jornada Paz nas Escolas, evento que discutiu estratégias de combate à violência no ambiente escolar.
As escolas brasileiras precisam ter uma cultura de paz. É com esse ideal que educadores, palestrantes e empresários discutem, nesta terça-feira (03), em São Paulo, os desafios e estratégias para a construção de um ambiente escolar menos violento. Por meio de palestras e oficinas, a Jornada Paz nas Escolas discute temas como índices de violência nas escolas, intolerância, homofobia, racismo, bullying e desafios para a educação do Brasil.

Para Miriam Abramovay, socióloga e coordenadora da área de Juventude e Políticas Públicas da Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (Flacso-Brasil), a formação qualificada de professores é o primeiro passo para melhorar o combate à violência em escolas.
— A escola deveria ser um lugar onde alunos e professores tenham oportunidades de desenvolver os conflitos inerentes ao ser humano. Mas, os pais são vítimas, os alunos são vítimas e os professores são vítimas. Precisamos pensar em ações conjuntas para reverter esse cenário.
Uma pesquisa realizada pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) mostra que 12,5% dos professores brasileiros disseram ser vítimas de agressões verbais ou intimidação de alunos ao menos uma vez por semana. O percentual é o mais alto entre 34 países analisados. O índice médio global não passa de 3,4%.
Segundo Miriam, os atos violentos dentro dos colégios não podem ser algo “repentino”, uma vez que é um reflexo de algum movimento institucional.
— Violência nas escolas é uma responsabilidade coletiva, pois trata-se de uma construção institucional. É um reflexo de violências invisíveis. Ser adolescente, por exemplo, é andar em grupo, é pertencer-se. Temos de prestar muita atenção naquele jovem que está sempre isolado —, alertou Miriam.