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Entre 2014 e 2017, foram registrados 2.351 casos de posse ou encontro de armas e/ou objetos perigosos nas mais de 5.000 escolas do sistema de ensino do estado de São Paulo, de acordo com a Secretaria Estadual de Educação.
 
É como se, a cada 15 horas, uma arma tivesse sido encontrada dentro de uma escola estadual paulista. Os dados foram obtidos com exclusividade pelo R7 por meio da Lei de Acesso à Informação.
Leia mais: Atiradores invadem escola e matam 8 em SP
Na manhã desta quarta-feira (13), dois ex-alunos entraram em uma escola estadual armados e mataram oito pessoas e depois cometeram suicídio. Outras dez pessoas ficaram feridas e ainda não se sabe o motivo do ataque.
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Os dados são do ROE (Registro de Ocorrências Escolares), sistema utilizado pelo Governo do Estado de São Paulo para registrar ocorrências e fatos de segurança nas escolas da rede. O sistema também registra ocorrências de bullying, agressões, depredação do patrimônio público e até mesmo abuso sexual.
Os dados apontam que, no ano de 2017, foram registradas 693 armas casos de armas — um aumento de 37% em relação as 505 armas registradas em 2016. Em 2015, foram 555 casos e, em 2014, 598 (veja o gráfico abaixo). O R7 também solicitou os dados do ano de 2018 para a Secretaria de Educação de São Paulo, mas, até a publicação desta reportagem, não houve resposta.
“Escola é um lugar de socialização e saber, não é um lugar para se levar armas. Não sei o que está acontecendo que não conseguimos explicar isso para nossos alunos”, diz Miriam Abramovay, especialista em violência no ambiente escolar.
Miriam também alerta que estes dados têm tendência a serem subnotificados. “Tem muita criança, muito adolescente, que leva a arma para escola para se exibir e isso não chega ao conhecimento da direção ou dos professores”, alerta.
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O advogado e especialista em direitos humanos Ariel de Castro Alves defende que, junto com um controle da entrada de alunos e reforço no policiamento, seja necessário um trabalho mais amplo com alunos e professores que inclua “até a necessidade de cada escola ter equipes técnicas com psicólogos e assistentes Sociais. A melhor prevenção é através do diálogo entre estudantes e educadores, para que os jovens alertem quem está indo armado para a escola”.
“Medidas punitivas não são o caminho. Com um programa de prevenção à violência, com a participação da comunidade, você vai estar pensando a política pública de outra forma. Não adianta colocar polícia, militarizar escolas, colocar câmeras, quando uma política pública preventiva poderia ter coibido um problema como esse”, afirmou Miriam Abramovay, defendendo que sejam implantados programas de convivência, que possam integrar todas as pessoas que frequentam ou tenham relação com a escola.
O secretário de Educação do Estado de São Paulo, Rossieli Soares da Silva, afirmou, em entrevista coletiva após o ataque em Suzano, que a escola possuía câmeras de vigilância, mas que elas não seriam suficientes para coibir o massacre.
Segundo o secretário, o governo vai discutir uma nova política de segurança para as escolas estaduais de São Paulo, na tentativa de coibir que casos similares se repitam.
No fim da noite desta quarta-feira (13), a Secretaria da Educação informou, por meio de nota, que os procedimentos de segurança em todas as 5,3 mil escolas serão revisados e está em estudo um projeto para reforço à segurança nas escolas mais vulneráveis.